Motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo decidiram realizar uma greve na próxima segunda-feira (6) caso as reivindicações do grupo não sejam aceitas. A decisão foi tomada em assembleia em todas as garagens na madrugada de quarta-feira (1º).
De acordo com o Sindmotoristas, sindicato que representa os motoristas e cobradores de ônibus da capital, eles negociam reajustes nos salários e benefícios. Com isso, a "categoria decidiu pela greve, pois não houve evolução nas negociações salariais".
“Após o descaso e a intransigência do setor patronal, que não fez questão em avançar nas propostas das negociações, esta foi a única alternativa encontrada pela direção do sindicato para a Campanha Salarial da categoria”, declarou o sindicato em nota.
Segundo a SPTrans, a aprovação da greve aconteceu às 4h em assembleia, o que causou atraso na saída de ônibus de 13 viações.
Valdevan Noventa, presidente do sindicato, afirma que os patrões se recusam a negociar e estão rejeitando propostas de reajustes salariais dos condutores. Segundo ele, as empresas ofereceram 10% de reajuste parcelado em três vezes.
“A direção do Sindmotoristas sempre se mostrou aberta ao diálogo para a solução do conflito, mas infelizmente não houve cooperação do outro lado. Diante disso, a categoria lutará para fazer valer seus direitos. Nenhum ônibus vai rodar na cidade de São Paulo", destacou Noventa.
Procurada, a SPTrans afirma, em nota, ter recebido uma liminar na Justiça do Trabalho que determina a manutenção de 80% da frota operando nos horários de pico (6h às 9h e 16h às 19%) e 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
A SPTrans também diz que acompanha as negociações entre os operadores de ônibus e as concessionárias e espera que haja entendimento entre as partes para que a população de São Paulo não seja prejudicada.
Transtornos pela manhã
Passageiros de 13 empresas de ônibus da capital paulista enfrentaram atrasos de ônibus nesta manhã enquanto motoristas e cobradores realizavam assembleias para aprovação da greve.
Às 5h15, os ônibus voltaram a circular e, às 6h, as operações já estavam normalizadas. As empresas responsáveis pelas linhas vão ser autuadas pelas viagens não realizadas no início da manhã, segundo a SPTrans.