Com a crescente de casos no Brasil, a dengue tem acendido alertas pelo país. Nesta semana, o Rio de Janeiro entrou em situação de emergência pela alta de casos. Em Minas Gerais, o governo decretou epidemia da doença. Em São Paulo, comitê emergencial foi montado para combater a ação do mosquito.
Diante desse cenário, uma das principais dúvidas acerca do assunto é a respeito da infecção dos mosquitos Aedes aegypti.
A médica infectologista do Hospital Sírio Libanês, Miriam Dal Ben, explicou que quem pica o ser humano é a fêmea do mosquito e que ela é responsável por contrair e transmitir o vírus.
“Quando a fêmea pica alguém que está infectado pela dengue, na fase que a gente chama de ‘viremia’, que é quando o vírus está circulando no sangue, ela se infecta e caso pique outras pessoas, pode passar a dengue adiante”, disse.
A respeito da infecção dos mosquitos, a especialista explicou que, caso a fêmea esteja infectada, cerca de metade das larvas postas por ela nascerão com o vírus da dengue.
“A fêmea pode colocar até 1.500 ovos durante a sua vida, cerca de metade das larvas que vão nascer já nascem infectadas com o vírus da dengue, e quando virarem mosquitos adultos vão poder picar seres humanos e passar dengue adiante”, explicou.
De onde surgiu o vírus?
De acordo com informações do Ministério da Saúde, as evidências históricas apontam que o mosquito apareceu no Brasil após a chegada dos navios que saíram da África com os escravos.
No Brasil, a primeira epidemia documentada clinicamente aconteceu entre 1981 e 1982, em Roraima, causada pelos sorotipos 1 e 4 da doença. Depois, em 1986, o Rio de Janeiro sofreu com epidemias, assim como algumas capitais nordestinas.
Desde então, a dengue aparece de forma endêmica, intercalando com a ocorrência de algumas epidemias, geralmente ligadas a novos tipos da doença em áreas que ainda não tiveram registros dos casos, contando com a alteração do sorotipo e acompanhado da reprodução do mosquito transmissor.