Rainha Elizabeth II, cuja morte foi anunciada nesta quinta-feira (8), assumiu o trono britânico em 1952, sendo coroada 16 meses depois. Filha de George VI e Lady Elizabeth Bowes-Lyon, tornou-se rainha por ocasião da morte de seu pai, que assumiu o reinado após o irmão mais velho, Edward, abdicar da função para se casar com uma mulher divorciada. A ascensão dela ao poder era improvável, uma vez que Elizabeth era filha do segundo herdeiro na linha de sucessão do trono inglês.
Fiel a coroa, Elizabeth viveu uma relação conflituosa com a única irmã, Margaret, apesar de terem uma relação próxima e serem amigas. Primogênita do rei, Elizabeth passou a atrair os holofotes por ser a herdeira direta, enquanto a irmã “ficava em escanteio”. “Ser reserva é a posição mais difícil”, revelou a princesa.
A caçula foi tida como a primeira celebridade da realeza britânica, por seu caráter irreverente e pela quebra de tradições. Já a monarca sempre foi conhecida por seguir fielmente as regras impostas e tentando manter uma trajetória longe de discussões sobre sua vida pessoal.
Elizabeth casou-se em 20 de novembro de 1947 com Philip, príncipe da Grécia e da Dinamarca. Para casar-se com ela, Philip foi obrigado a abandonar os seus títulos das coroas dinamarquesa e grega, além de ter se convertido ao anglicanismo. Ele também teve de adotar o sobrenome Mountbatten, nome herdado de seus parentes britânicos. Ao longo de sua vida, Elizabeth e Philip tiveram quatro filhos: Charles, Anne, Andrew e Edward.
Aos 25 anos, Elizabeth tornou-se rainha do Reino Unido, no dia 6 de fevereiro de 1952, o dia que seu pai, Gorge VI, faleceu em razão do câncer de pulmão. Elizabeth foi coroada rainha em março de 1953. A rainha proibiu a princesa Margaret de se casar com o piloto Peter Townsed. Isso porque, em 1955 foi estabelecido um veto a casamentos reais com divorciados, o que era o caso de Peter. À época, a princesa acabou cedendo às pressões, o que provocou uma crise constitucional.
Em 2007, cinco anos após a morte de Margaret, um documento oficial veio á tona revelando mais polêmicas as irmãs. Neles constam que, antes da coroação de Elizabeth II, a rainha tomou algumas decisões. Ela alterou as Leis da Regência pedindo para que se alguma coisa acontecesse com ela, seu marido, o príncipe Philip a substituísse até que Charles tivesse idade suficiente para assumir a monarquia britânica.
Em notas retiradas do documento oficial — que foram escritas pelo então secretário do Gabinete, Norman Brook —, a monarca deixou evidente sua vontade. Para ela, seria uma 'afronta' se o duque de Edimburgo fosse colocado em segundo plano no caso de uma fatalidade.
Sabe-se que o pedido da rainha foi formalizado e as alterações requisitadas foram realizadas na Lei de Regência. Contudo, até que a mudança fosse feita, uma longa discussão sobre o assunto se estendeu na realeza. O fato é que Margaret, sabendo que nunca iria ocupar o trono, viveu intensamente.
Amor proibido sem final de feliz
Margaret se casou com o fotógrafo Anthony Armstrong-Jones, Lord Snowdon, em 1960, e tiveram dois filhos. A felicidade durou pouco, pois a crise começou oito anos depois, embora o divórcio só viesse em 1978. Logo depois, a princesa se apaixonou pelo piloto Peter Townsend. À época, o oficial era divorciado e 16 anos mais velho que a amada.
Os dois namoravam escondidos, porém, o romance não passou despercebido pelos súditos no dia de coroação de Elizabeth. Juntos, eles não só decidiram tornar o relacionamento público, como confirmaram a intenção de se casar.
Pelas normas da monarquia, Margaret não poderia ir ao encontro de Peter no altar. Em 1955, foi vetada a realização de casamentos reais com divorciados. De acordo com a imprensa, esse foi o primeiro grande escândalo da princesa. Caso os pombinhos resolvessem trocar alianças, deveria ser em outro país e, consequentemente, a irmã da rainha perderia títulos e privilégios. Convencida pela rainha, Margaret preferiu manter as regalias da realeza a dizer “sim” ao amor.
A princesa morreu em 2002, aos 71 anos, após um novo derrame cerebral.
Linha de sucessão
Com o falecimento da rainha, Charles, 73, filho mais velho de Elizabeth II e do príncipe Philip, deixa o título de príncipe de Gales e passa a ser rei Charles III. Ele herda todas as funções da mãe no Reino Unido e de mais 15 países da Commonwealth.
O primogênito da rainha ascende ao trono ao lado da segunda esposa dele, a duquesa Camilla Shand, de Cornualha, de 75 anos.
O príncipe William, de 40 anos, filho mais velho do rei Charles III com a princesa Diana, morta em 1997, torna-se, a partir de agora, o primeiro na linha de sucessão da Coroa.
O príncipe George, filho de William e Kate Middleton, de apenas nove anos, é o segundo na fila.
O príncipe Harry, que completa 38 anos no próximo dia 15, caçula de Charles III e Lady Di, está em quinto lugar na ordem para assumir o trono. Confira a lista:
- Príncipe William;
- Príncipe George;
- Princesa Charlotte, de sete anos, filha de William e Kate Middleton;
- Príncipe Louis, de quatro anos, filho de William e Kate Middleton;
- Príncipe Harry;
- Archie, de três anos, filho de Harry e Meghan Markle;
- Lilibet, de um ano, filha de Harry e Meghan Markle.