O promotor Lincoln Gakiya, um dos alvos de criminosos ligados à facção Primeiro Comando da Capital (PCC), afirmou que toda a operação que descobriu um possível ataque ao senador Sergio Moro (União) foi descoberta pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
O promotor foi entrevistado, na última quinta-feira (23), no programa “O É da Coisa”, da BandNews FM, apresentado pelo jornalista Reinaldo Azevedo. Gakiya disse que foi alertado pessoalmente do plano do PCC.
Segundo a Polícia Federal (PF), em operação deflagrada nesta semana, o PCC planejava homicídios e sequestros de autoridades. Moro seria um dos alvos dos bandidos.
Portaria assinada por Moro
De acordo com Gakiya, os criminosos descobriram que o senador, quando era ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL), editou uma portaria que proibia visitas em presídios federais. Devido a isso, Moro passou a ser alvo da facção.
Uma transferência de presos, em 2019, teria motivado o plano. O procurador informou que o pedido partiu dele e que foi encaminhado ao governo de São Paulo ainda em 2018.
O promotor explicou que, tão logo o plano foi descoberto, a PF no Paraná abriu um inquérito, onde Moro tem residência. Além disso, autoridades estaduais acompanham toda a operação.
Lula citou “armação”
Ontem, presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que acredita que o plano de atentado a Moro seria uma armação do próprio senador. Porém, na entrevista, Gakiya negou tal possibilidade ao pontuar que as autoridades fizeram o necessário para proteger todos os envolvidos.
Em resposta a Lula, Moro publicou um vídeo nas redes sociais para questionar se o petista não tem decência. Na gravação, o senador disse que ficou surpreso e repudiou a fala do presidente.
“É uma família ameaçada pelo crime organizado. Se o presidente não tem nenhum apreço a mim, à vida humana, peço que respeite a minha família, o trabalho da Polícia Federal e das polícias que prestam segurança a mim”, disse o senador.
Plano contra Moro
Na última quarta-feira (22), a PF deflagrou uma operação em que descobriu um plano ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções do Brasil, contra autoridades.
Os criminosos planejavam homicídios e sequestros das possíveis vítimas. Um dos alvos era Moro ex-juiz da Lava Jato, operação que culminou com a prisão, à época, do então ex-presidente Lula.