Moraes nega pedido da PGR para deixar relatoria de inquérito contra Bolsonaro

Inquérito apura declaração em que Bolsonaro associou a vacina contra covid-19 à Aids

Da redação

Alexandre de Moraes nega pedido da PGR
Wilson Dias/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) que pede a troca de relatoria do processo que investiga falas do presidente Jair Bolsonaro (PL) que associa a vacina contra covid-19 à Aids.

Em resposta a Moraes sobre o indiciamento de Bolsonaro por incitação ao crime, a PGR disse que o caso deve ser relatado pelo ministro Luís Roberto Barroso (STF), já que o magistrado já cuida de outros pedidos de investigação sobre o mesmo tema.

“O presente inquérito versa sobre idênticos fatos de uma das petições distribuídas ao ministro relator Luís Roberto Barroso, o único, portanto, com competência, por prevenção, para averiguar as condutas imputadas ao Presidente da República”, argumentou a vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo.

Apesar da negativa sobre a troca de relatoria, Moraes atendeu ao pedido da Polícia Federal e encampado pela PGR sobre a prorrogação do prazo de investigação para mais 60 dias. A vice-procuradora-geral pontuou que as diligências solicitadas detalharão melhor o fato investigado.

Relembre

Em outubro de 2021, na tradicional live semanal, Bolsonaro fez uma associação falsa da vacina contra covid-19 à propagação da Aids, doença provocada pelo vírus HIV. Naquela ocasião, o presidente citou um falso relatório do governo do Reino Unido.

O governo britânico, porém, desmentiu a informação e explicou que o conteúdo foi inventado por um site que divulga notícias falsas e teorias da conspiração.

A Sociedade Brasileira de Imunologia esclareceu que nenhuma vacina contra a covid-19 causa Aids. A entidade também lembrou que a imunização é a forma mais segura e eficaz de prevenir a doença.

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