Moradores do Morro do Queto, na Zona Norte do Rio de Janeiro, fizeram uma manifestação na noite de quarta-feira (7) depois que um policial militar matou com um tiro de fuzil o cuidador de idosos Reginaldo Avelar Porto, de 38 anos.
O policial, que está preso, disse que tentava apartar uma briga quando o fuzil disparou acidentalmente. O caso aconteceu na segunda-feira (6).
Testemunhas afirmaram que Reginaldo não participava da confusão. Ele trabalhava no local, em um lava jato, para completar a renda.
Revolta
A Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio (Faferj) publicou fotos do protesto dessa terça e afirmou que a manifestação de moradores foi reprimida pela PM (Polícia Militar).
"Ele não tinha nada a ver com a briga, mas foi atingido com tiro de um policial. Uma manifestação de populares da comunidade fortemente reprimida pela PM. Lamentamos a morte de mais um morador. A pedido da Faferj, a família está sendo atendida pela Defensoria Pública e a OAB/RJ", destacou a federação.
Irmã de Reginaldo, Rogéria da Conceição Avelar disse que “o policial atirou no peito dele (Reginaldo) sem necessidade”.
"Como fazer uma coisa dessa com um trabalhador, com um ser humano? Um absurdo o que aconteceu. Eu estou muito indignada. Mataram meu irmão, arma de fuzil, gente? Como isso? Mesmo se ele estivesse fazendo alguma coisa, pegava ele, mas não isso. ”, falou, emocionada, à TV Band Rio.
“É uma mistura de raiva, de tudo. Estou revoltada. E só acontece nas comunidades. Como vou falar que vai dar um basta? Não vai dar basta. Só se juntar todas as comunidades, se juntar todo mundo, aí tem que fazer uma manifestação. Só sei que atiraram no meu irmão, mataram meu irmão. Deixou um filho de 13 anos”, afirmou Rogéria da Conceição.
Reginaldo deixa um filho de 13 anos.
Investigação
A PM afirma que instaurou um inquérito para acompanhar o caso. Em nota, informou que “de acordo com policiais da UPP São João, uma equipe atuou em uma confusão entre pessoas em um lava-jato na Av. Marechal Rondon. Durante a tentativa de separar os envolvidos, a arma de um dos policiais foi disparada acidentalmente. Um homem foi atingido e socorrido ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) e a 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) acompanham o caso”.
O caso deve ser investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil.