Ministro do STF defende ações permanentes do governo na Amazônia

Gilmar Mendes disse que a região tem práticas de pesca e caça ilegal, narcotraficantes e invasão de áreas indígenas

Rodrigo Viga Gaier, da Reuters

O ministro do STF Gilmar Mendes Adriano Machado/Reuters
O ministro do STF Gilmar Mendes
Adriano Machado/Reuters

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes defendeu nesta segunda-feira (13) que o governo tenha ações permanentes na Amazônia para combater os crimes que acontecem naquela região do país.

Mendes lamentou o desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira e destacou que a região tem se mostrado insegura com práticas de pesca e caça ilegal, presença de narcotraficantes, invasão de áreas indígenas entre outros tipos de crimes.

“Isso tudo tem que ser olhado pelas autoridades brasileiras com a devida atenção“, o ministro do STF a jornalistas em evento da Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Há pouco mais de uma semana o jornalista e o indigenista desapareceram quando viajavam para uma reportagem em área remota da selva na fronteira entre Peru e Colômbia, que abriga o maior número de povos indígenas isolados do mundo. A região selvagem e sem lei atrai quadrilhas de contrabando de cocaína, madeireiros ilegais, garimpeiros e caçadores.

“A gente talvez devesse discutir o que não devia ter ocorrido que é a ausência ou a falta de adequada fiscalização nessa área... certamente é preciso adotar medidas ali... porque é um local de crimes sistemáticos e acho que temos que dar atenção", disse Mendes.

"Nós que somos muito ciosos do nosso domínio sobre a Amazônia precisamos de fato efetivar não só presença física e sistema de monitoramento para dar subsídios às ações“, acrescentou.

Mendes defendeu ainda a criação de um sistema único de segurança pública, inspirado no SUS, para uma ação coordenada de combate à violência e à criminalidade. O ministro disse que não se pode ter uma visão isolada de que o combate ao crime é uma responsabilidade exclusiva dos Estados.

Mendes, que este ano votou pela criação de um plano detalhado pelo Estado do Rio de Janeiro para redução das mortes em ações policiais, declarou que as ações das forças de segurança têm que ser feitas com cuidado porque elas têm terminado em chacinas e massacres, mas ponderou que não se pode apenas apontar para faltas de policiais que enfrentam no dia a dia criminosos com armas de guerra.

Sobre os ataques do presidente Jair Bolsonaro às urnas eletrônicas, Mendes lembrou que o sistema de votação eletrônica é seguro e o próprio Bolsonaro se elegeu inúmeros vezes sem qualquer problema.

“Nós banimos as fraudes, compra de votos e outros. Nosso problema nunca foi e não será a urna eletrônica“, afirmou Mendes. Para o ministro, “não há" que se questionar o resultado das próximas eleições). "Confiança total“, finalizou.

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