O ministro do Exterior da Ucrânia, Dmytro Kuleba, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (04/09) em carta enviada ao parlamento ucraniano. A demissão de Kuleba é parte de uma reformulação ministerial ordenada pelo presidente Volodimir Zelenski e acontece em um momento crucial daguerra no país que teve início com a invasão russa há 30 meses.
A carta de demissão de Kuleba foi publicada no Facebook pelo presidente do parlamento ucraniano, Ruslan Stefanchuk. Segundo ele, os parlamentares devem avaliar o pedido até o final do dia, mas a votação é considerada uma formalidade. No texto, o ex-ministro não explicou o motivo para a renúncia.
Depois de Zelenski, Kuleba, de 43 anos, era o rosto mais conhecido da Ucrânia no exterior, responsável por se sentar com líderes de todo o mundo e liderar uma campanha internacional para obter apoio militar e político.
Mudanças no governo
Outros cinco ministros também renunciaram ao cargo na terça-feira e mais demissões e nomeações devem acontecer nos próximos dias. Pediram demissão o ministro de Indústrias Estratégicas, Oleksandr Kamyshin, a vice-primeira-ministra para a Integração Europeia, Olha Stefanishyna, e os titulares das pastas de Justiça, Meio Ambiente e Reintegração.
Zelenski afirmou que as mudanças no governo são necessárias para alcançar os resultados exigidos por Kiev em meio à crescente ofensiva russa.
Na terça-feira, um ataque russo atingiu um colégio militar e um hospital na região central da Ucrânia e deixou mais de 50 mortos, no que foi considerado a ação mais letal desde o começo da guerra. Já as tropas ucranianas fizeram uma nova incursão no território russo, com ataques de drone à rede de energia do país vizinho.
"O outono será extremamente importante para a Ucrânia. E nossas instituições estatais devem ser configuradas para que a Ucrânia alcance os resultados que precisamos", disse Zelenski, na terça-feira. No final deste mês, o presidente ucraniano viaja para os Estados Unidos, onde espera apresentar um "plano de vitória" ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O Kremlin disse que as mudanças de governo na Ucrânia não afetam o processo de negociação de paz, embora tais conversas pareçam uma perspectiva distante.