O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), afirmou em entrevista coletiva nesta terça-feira (15) que o apagão que atingiu o Distrito Federal e todos os estados, menos Roraima, ocorreu após dois incidentes no Norte e Nordeste. Ele afirmou que a falta de energia em outras regiões foi uma 'contingência planejada'.
“Houve uma sobrecarga na transmissão do Ceará, que fez o sistema entrar em colapso na região e quero destacar a segurança do sistema, quando aconteceu isso, a ONS agiu, modulou a carga da energia que estava chegando ao Sul, Centro-Oeste e Sudeste e fez com que a carga fosse reduzida e tivesse perda energética”, disse o ministro, citando o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Segundo Silveira, “é extremamente raro o que aconteceu” nesta terça-feira (15). “Mas foi um fato, ocorreu a interrupção no Norte e Nordeste e por uma contingência planejada da ONS, ela minimizou a carga das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste para que não houvesse a interrupção total das regiões”, afirmou.
“O evento aconteceu no Norte e Nordeste, mais precisamente no Ceará, o outro evento não está detectado. 45 minutos depois e mostrando a robustez do sistema, já tínhamos restabelecido o Sul, Sudeste e o Centro-Oeste, mas claro que ao restabelecer, é preciso adaptações nas estações e portanto até chegar no consumidor demora um pouco mais”, pontuou o ministro.
O ministro também afirmou que a queda de energia desta vez não é relacionada a problemas de distribuição ou pela seca em reservatórios. Ele relembrou a escassez hídrica em 2021 e a crise energética no Brasil, mas disse que o problema de hoje não é o mesmo.
“É importante que os brasileiros entendam que é diferente de dois anos atrás, em que trabalhamos na bandeira vermelha, foi necessário contratar térmicas no Brasil. Mas agora não, há planejamento, segurança, há reservatórios cheios, então o ocorrido hoje não tem nada a ver com o planejamento do sistema e geração de energia”, pontuou.
Ministério da Justiça será acionado
Segundo Alexandre Silveira, o ministério irá pedir apuração por parte do Ministério da Justiça. “Nosso cuidado e zelo com o setor energético brasileiro nos levou a pedir, além da apuração da ANEEL e ONS, nos levou a pedir apuração do Ministério da Justiça para apurar esse evento, em consequência do contexto que vem acontecendo neste ano, desde a derrubada de torres no começo do ano", afirmou.
Para o ministro, a investigação ocorre também para melhorar a distribuição energética nacional. “O fato é que o Norte e Nordeste tiveram perda abrupta e as causas apontadas, vamos usar para poder ainda melhorar o sistema nacional”, pontuou.