O atual ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, tentou em 2020 nomear o pastor Arilton Moura, pivô do escândalo que resultou na saída de Milton Ribeiro do comando do Ministério da Educação (MEC), para um cargo comissionado na Pasta.
A solicitação, feita por meio de ofício de novembro de 2020, foi rejeitada no mês seguinte pela Casa Civil. À época da indicação, Veiga atuava como secretário-executivo da pasta da Educação, onde o pastor lobista seria alocado.
Ao lado do pastor Gilmar Santos, Arilton Moura é suspeito de atuar como lobista no MEC. Os dois intermediaram encontros de prefeitos com o ex-ministro Milton Ribeiro e há relatos de pedidos de propina — inclusive em barras de ouro e na compra de bíblias — para auxiliar na liberação de recursos para as suas cidades.
A atuação da dupla, assim como o envolvimento de Milton Ribeiro, está sendo investigada pela Polícia Federal (PF).
Em nota, a gestão atual do Ministério da Educação afirma que a “indicação do senhor Arilton Moura Correia partiu do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro”.
Leia a íntegra da resposta do MEC:
"Nota de esclarecimento MEC sobre nomeação de pastor Arilton Moura
Em atenção às notícias veiculadas no dia de hoje sobre a tentativa de nomeação do Sr Arilton Moura no Ministério da Educação, apresentamos os seguintes esclarecimentos.
De acordo com a Portaria 205, de 6 de fevereiro de 2020, os atos de nomeação e exoneração dos titulares de cargos em comissão da pasta, independente do setor de lotação, eram de competência do Secretário-Executivo da instituição.
Por essa razão, a Secretaria-Executiva, cumprindo a sua atribuição, enviava os ofícios de indicações de nomes para análise da Casa Civil, em observância ao disposto na referida Portaria.
Esclarecemos ainda que os documentos e as informações que acompanharam esses ofícios, como declarações de idoneidade, currículo, entre outras, são de responsabilidade legal do próprio postulante ao cargo que assume a veracidade de suas declarações.
A indicação do senhor Arilton Moura Correia partiu do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro. Após ter sua indicação negada pela Casa Civil, o então ministro indicou o senhor Luciano Musse para assumir a mesma função.
Informamos que o cargo em questão, apesar de estruturalmente estar ligado à Secretaria-Executiva da instituição, foi prontamente colocado à disposição do então ministro em sua assessoria.
A escolha desse cargo decorreu da falta de disponibilidade de outros cargos vagos na estrutura do MEC.
O MEC informa que nem o senhor Arilton e tampouco o senhor Luciano exerceram qualquer atividade na Secretaria Executiva. O Sr. Luciano Musse, depois de nomeado, sempre atuou na assessoria do ex-ministro.
O atual ministro, tão logo assumiu como ministro interino do MEC, exonerou o Sr. Luciano Musse.
Assessoria de Comunicação Social do MEC"