O Ministério Público do Trabalho (MPT) faz inspeção, na manhã desta segunda-feira (04), na Caixa Econômica Federal em apuração relativa às denúncias de assédio moral no banco público. Semana passada, o então presidente Pedro Guimarães pediu demissão após escândalo.
No dia 28 de julho, vieram à tona relatos de mulheres sobre momentos de assédio durante o trabalho por parte do presidente da Caixa. As denúncias foram divulgadas pelo site Metrópoles.
As vítimas teriam contado que os assédios aconteciam, principalmente, durante viagens do programa Caixa Mais Brasil, criado por Guimarães para descentralizar a gestão. Desde janeiro de 2019, foram feitas mais de 140 viagens.
Investigação do TCU
Em procedimento padrão, o Tribunal de Contas da União (TCU) confirmou a abertura de apuração sobre as denúncias de assédio sofridas por funcionárias da Caixa por Guimarães, a pedido do Ministério Público junto ao TCU (MPTCU). O órgão acatou a solicitação que alegava “extrema gravidade” na conduta do então presidente da Caixa.
“Os fatos denunciados pelo jornal Metrópoles são de extrema gravidade, pois indicam conduta do Sr. Pedro Guimarães reprovável e incompatível com o exercício de presidente de uma das mais importantes instituições financeiras estatais”, pontuou o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado na representação.
Governo pressionado
O governo federal recebeu pressão dos próprios aliados do Congresso para tirar Guimarães do comando do banco. No dia 29, a Band antecipou que Daniella Marques, então secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia e pessoa de confiança de Paulo Guedes, ocuparia a presidência da Caixa. A confirmação foi do próprio ministro.
Guimarães pede demissão
Na noite do dia 29, Guimarães oficializou o pedido de demissão. A saída foi anunciada em carta aberta, ocasião em que negou as acusações e disse que decidiu se afastar do cargo para não prejudicar o governo, alvo de “rancor político em ano eleitoral”, segundo ele.
“Minha esposa, meus dois filhos, meu casamento de 18 anos e eu fomos atingidos por acusações feitas antes que se possa contrapor um mínimo de argumentos de defesa. É uma situação cruel, injusta, desigual e que será corrigida na hora certa com a força da verdade”, disse Guimarães no comunicado de demissão.