O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira (8) que apenas vacinas com registro definitivo na Anvisa serão incluídas no Plano Nacional de Imunização (PNI) de 2022 para o combate à Covid-19.
A previsão da pasta é de contar com 354 milhões de doses no próximo ano, ao custo de R$ 11 bilhões: 100 milhões da Pfizer, 120 milhões da AstraZeneca e 134 milhões que devem sobrar da campanha deste ano.
A CoronaVac e a Janssen, por esse critério, ficariam de fora do PNI, já que possuem apenas autorização para uso emergencial. Já a Oxford/AstraZeneca e Pfizer já obtiveram o registro junto à Anvisa.
O Ministério da Saúde ainda avalia junto a especialistas pontos como o intervalo para a dose de reforço e a quantidade necessária, mas determinou critério de idade para implementar esta nova fase na imunização. A ideia é aplicar uma dose de reforço em pessoas entre 18 e 60 anos e duas doses para a população acima dessa faixa etária e também para as pessoas com baixa imunidade.
Além disso, caso a Anvisa aprove a imunização de menores de 12 anos, esta será feita com a aplicação de duas doses.
Nova polêmica com a CoronaVac
A decisão do governo federal de não comprar mais vacinas que não tenham registros definitivos na Anvisa abriu nova polêmica com a CoronaVac.
O imunizante da farmacêutica chinesa Sinovac, produzido em parceria com o Instituto Butantan, foi decisivo na primeira etapa de controle da pandemia no Brasil. Quase um terço das vacinas aplicadas até agora são CoronaVac. A vacina tem aprovação Da Organização Mundial da Saúde para uso emergencial.
No Brasil, duas vacinas já tem o registro definitivo da Anvisa: a AstraZeneca e a Pfizer. Segundo a agência, CoronaVac e Janssen ainda não pediram essa autorização.
Uma pesquisa realizada com mais de 60 milhões de brasileiros vacinados mostrou que a CoronaVac tem efetividade superior a 70% para evitar casos graves, internações em UTIs e mortes causadas pela covid, inclusive entre idosos.
O Instituto Butantan diz que enviou o estudo com parte dos dados pedidos pela Anvisa para que a vacina receba autorização para o uso definitivo.
A Anvisa afirmou que, até o presente momento, não recebeu nenhum pedido de registro da vacina Coronavac. Por isso, não há processo de análise de pedido de registro do imunizante, em andamento na agência.
O governador de São Paulo falou sobre a possibilidade de o governo federal não comprar a CoronaVac no próximo ano.
“São Paulo, se necessário, produzirá e adquirirá e imunizará com a vacina do Butantan, que é a CoronaVac. Como aliás, já fizemos a venda de 4 milhões de doses da vacina para outros estados brasileiros, caso do Ceará, Espírito Santo, Pará”, disse João Doria.