Ministério da Justiça determina que PF investigue ataque a assentamento do MST

Ataque ao assentamento Olga Benário, em Tremembé, no interior de São Paulo, deixou três mortos e cinco feridos

da redação

Ministério da Justiça determina que PF investigue ataque a assentamento do MST
Imagem ilustrativa do MST
Luiz Fernando/MST

O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou, neste sábado (11), que a Polícia Federal instaure um inquérito para investigar o ataque ao assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé, no interior de São Paulo. 

Um grupo armado atacou moradores de um assentamento do MST na noite desta sexta-feira (10). Segundo o boletim de ocorrência, os criminosos chegaram em cinco carros e três motos e dispararam contra as pessoas que estavam no local. Três pessoas morreram e cinco ficaram feridas. 

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou, neste sábado, 10 de janeiro, que a Polícia Federal (PF) instaure um inquérito para investigar o ataque ao assentamento Olga Benário, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Tremembé, no interior de São Paulo”, informou a pasta em nota. 

“No ofício enviado à PF, o ministro em exercício, Manoel Carlos de Almeida Neto, cita a violação a direitos humanos. Uma equipe da PF, com agentes, perito e papiloscopista foi deslocada para o local”, completou o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Ministério da Agricultura e MST se manifestaram 

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar emitiu uma nota de repúdio sobre o assassinato de três pessoas que viviam no assentamento Olga Benário na noite desta sexta-feira, 10, em Tremembé. O local foi invadido por um grupo de criminosos armados que dispararam contra os moradores. Outras cinco pessoas ficaram feridas. 

O ministro da pasta, Paulo Teixeira, classificou o caso como bárbaro e disse que pediu providências e punição pelo crime. 

“Falei com os secretários Guilherme Derrite, Gilberto Kassab,  com o delegado Osvaldo Nico Gonçalves e também com  o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues”, relatou o ministro.

Segundo o MST, há anos o assentamento Olga Benário é alvo de uma disputa imobiliária para o turismo de lazer. O movimento disse que as famílias que vivem no local sofrem ameaças e que diversas denúncias já foram feitas.  

“O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Tera (MST) manifesta sua solidariedade às famílias das vítimas, aos amigos e à comunidade atingida por essa tragédia. Exigimos que o Governo do Estado de São Paulo realize, com urgência, uma investigação rigorosa para identificar os criminosos e assegurar que a justiça seja feita”.
 

O caso

Um grupo armado atacou moradores de um assentamento em Tremembé na noite de ontem. De acordo com o boletim de ocorrência, os criminosos chegaram em cinco carros e três motos e dispararam contra as pessoas que estavam no local. O caso foi no assentamento Olga Benário.  

Inicialmente, segundo a polícia, a suspeita é que o crime tenha sido motivado por uma disputa de terras. Dois homens suspeitos de envolvimento no ataque já foram identificados. Um dos atiradores seria morador de um bairro vizinho, o Maracaibo.  

Quando as equipes da Polícia Militar chegaram no local, as vítimas já tinham sido socorridas por moradores. Policiais relataram que o cenário estava cheio de marcas de sangue. Objetos possivelmente usados no ataque como enxadas, facas e cápsulas deflagradas de armas de fogo foram apreendidos. 

As vítimas foram identificadas como: Denis Carvalho, de 29 anos; Valdir do Nascimento (Valdirzão, líder do MST) e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos.

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