Militares do GSI identificados na invasão ao Planalto depõem na PF neste domingo

Agentes aparecem nas imagens dos atos golpistas do dia 8 de janeiro divulgadas neste sábado (22)

Da redação

A Polícia Federal deve interrogar neste domingo (23), os dez servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que aparecem nas imagens dos atos golpistas do dia 8 de janeiro divulgadas neste sábado (22). 

A Band teve acesso às 160 horas de vídeos gravados dentro do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, quando invasores entraram no prédio da Presidência da República e o depredaram. As imagens, antes sob sigilo, tomaram-se públicas por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ponto mais polêmico envolve o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o general Gonçalves Dias, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No Planalto, ele aparece entre alguns manifestantes. Para se defender, disse que os guiava para aguardarem a polícia nos andares superiores. No mesmo dia, pediu demissão.

Em um dos vídeos, próximo ao gabinete presidencial, Gonçalves Dias tenta abrir duas portas, mas sem sucesso. Em outra movimentação, no mesmo corredor, quem aparece é o capitão José Eduardo Natale, que integrou equipe de viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em meio a manifestantes. Na mesma imagem, alguém pega um extintor de incêndio sem ser repreendido.

Em imagens já divulgadas pela CNN Brasil, Natale é flagrado num momento em que entregava água aos vândalos. O militar é um dos responsáveis pela segurança do Planalto. O nome dele está entre os 10 enviados ao STF pelo chefe do GSI, Ricardo Cappelli.

Quem são os militares

  • Major do Exército José Eduardo Natale de Paula Pereira servidor do GSI filmado entregando garrafas de água aos invasores do Planalto.
  • General do Exército Carlos Feitosa Rodrigues - Comandante da 16ª brigada de Infantaria de Selva, em Tefé, no Amazonas
  • Coronel do Exército Wanderli Baptista da Silva Júnior - Ex-diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI
  • Coronel do Exército Alexandre Santos de Amorim - Coordenador de Avaliação de Riscos do GSI
  • Coronel do Exército André Luiz Garcia Furtado - Coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI
  • Tenente-Coronel do Exército Alex Marcos Barbosa Santos - Adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações
  • Tenente-Coronel do Corpo de Bombeiros do DF, Marcus Vinícius Braz de Camargo - Chefe da Assessoria Parlamentar do GSI
  • Capitão do Exército Adilson Rodrigues da Silva - Auxiliar da Coordenação Geral de Segurança de Instalações do GSI
  • Sargento da Aeronáutica Laércio da Costa Júnior - Encarregado de Segurança de Instalações do Palácio do Planalto

Gonçalves Dias diz que foi enganado

Nesta sexta-feira (21), Gonçalves Dias depôs à PF sobre as imagens divulgadas pela CNN. Apuração exclusiva da Band Brasília dão conta de que o ex-ministro disse que foi enganado por servidores do GSI sobre o funcionamento das câmeras de segurança. Isso porque, ao ser perguntado pelo Planalto, o general da reserva disse que as os equipamentos daquele corredor onde caminhava estavam danificadas.

As câmeras do terceiro andar ficam em posições estratégicas do Palácio do Planalto, pois estão próximas ao gabinete do presidente da República. Gonçalves Dias disse que tentou tirar os manifestantes do local da forma mais pacífica possível porque as prisões aconteciam no segundo andar.

O depoimento de Gonçalves Dias foi determinado, na última quinta-feira (20), por ordem de Moraes.

Planalto impôs sigilo

No começo de fevereiro, o governo federal impôs sigilo sobre imagens brutas de vândalos no Planalto. A motivação da decisão se dá pelo uso dos vídeos nas investigações contra os criminosos. Os trechos já liberados seguem disponíveis.

As imagens da depredação foram captadas pelo sistema interno de câmeras de segurança do Planalto.

Nota da Comunicação

Em nota, a Secretaria de Comunicação Social do governo informou que toma todas as medidas que cabem ao Poder Executivo na investigação dos atos criminosos em 8 de janeiro, ação que culminou na invasão e depredação do Supremo Tribunal Federal (STF), Planalto e Congresso Nacional.

“Todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário”, diz a nota.

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