Uma análise sobre o tráfico de pessoas elaborada pelo Departamento Federal de Investigações Criminais (BKA) da Alemanha divulgada nesta quarta-feira (21/08) releva que a migração ilegal aumentou significativamente em 2023, tanto no país quanto através das fronteiras externas da Europa..
Segundo o relatório, 266.224 pessoas foram suspeitas de cruzar as fronteiras alemãs de maneira irregular no ano passado, o que corresponde a um aumento de 33,4% em relação a 2022. O BKA assegura que a maioria dos ilegais foram detidos.
Os principais países de origem dos migrantes ilegais que entraram na Alemanha no ano passado eram a Síria (54.207), Turquia (35.732) e Afeganistão (35.370). Segundo o BKA, muitas dessas pessoas foi trazida até o continente por meio da ação de traficantes de pessoas.
Esses traficantes agem de maneira cada vez mais arriscada e irresponsável em relação aos migrantes, adotando táticas controversas para desviar a atenção dos policiais e fugir dos controles e de possíveis punições legais.
Um problema de toda a Europa
Em 2023, a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) registrou 380.200 travessias irregulares ao longo das fronteiras externas dos 29 países que integram o Espaço Schengen – a área de livre circulação entre as nações europeias. Este é o maior número registrado desde 2016, quando o continente enfrentava uma grave crise migratória impulsionada pela guerra civil na Síria. Em 2022, o total era de cerca de 326.300.
O BKA destaca que, muitas vezes, os migrantes são transportados de maneira desumana dentro de veículos irregulares. Suas vidas são colocadas em risco pela falta de oxigênio, desidratação ou por lesões corporais resultantes de acidentes.
Em 2023, as operações de tráfico de pessoas ocorreram com frequência maior através do Mar Mediterrâneo e menor na chamada rota dos Bálcãs no Leste Europeu. Um em cada dois migrantes ilegais entrou na Alemanha através da fronteira com a Polônia (41,9%) e cerca de um terço através da Áustria (29,4%), sendo que aproximadamente um em cada cinco, vieram através da República Tcheca (22,5%).
A maioria dos suspeitos de tráfico humano registrada pelo BKA era de pessoas de nacionalidades síria, alemã, turca e ucraniana. As autoridades alemãs destacam que é essencial reforçar a cooperação entre as agências de segurança dos países de origem, trânsito e de destino dos migrantes.
rc (DPA, AFP, EPD)