A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou em publicação nas redes sociais que não sabe o que motivou a operação da Polícia Federal de busca e apreensão, que investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, em sua casa na manhã desta quarta-feira (3).
“Hoje a PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo e nem o nosso advogado não teve acesso aos autos. Apenas o celular do meu marido foi apreendido. Ficamos sabendo, pela imprensa, que o motivo seria “falsificação de cartão de vacina” do eu marido e da nossa filha Laura. Na minha casa, apenas eu fui vacinada”, diz a publicação.
Segundo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os agentes federais tiraram uma cópia do cartão de vacinação de Michelle Bolsonaro, que foi imunizada contra a Covid-19 durante uma viagem aos Estados Unidos em setembro do ano passado.
Investigação
A PF emitiu seis mandados de prisão preventiva e todos foram cumpridos. Além disso, outros 16 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Brasília e no Rio de Janeiro. O órgão vai fazer a análise do material apreendido e deve realizar oitivas de pessoas que são alvos da operação.
A Band apurou os nomes de quatro dos seis presos na operação. Veja:
Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
João Carlos de Sousa Brecha, secretário municipal de Governo de Duque de Caxias-RJ
Max Guilherme Machado de Moura, policial militar que atuou na segurança presidencial
Sergio Rocha Cordeiro, militar do Exército que atuou na segurança presidencial
As investigações apontam que as inserções falsas dos dados sobre vacinação no sistema do Ministério da Saúde, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração de dados relacionados à imunização contra a Covid-19 no país. Além disso, pessoas puderam emitir os certificados de vacinação e utilizá-los para burlar as restrições sanitárias impostas pelos poderes públicos do Brasil e dos Estados Unidos, destinados a impedir a disseminação e propagação do coronavírus.
“A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”, informou a Polícia Federal.
Os fatos são investigados dentro do inquérito que apura a atuação das “milícias digitais”, em tramitação no Supremo Tribunal Federal.
Segundo a PF, os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.