Mensagens sugerem que acusado premeditou assassinato de jovem gamer em SP

Da Redação, com Brasil Urgente

Mensagens no celular de Ingrid Oliveira Bueno da Silva revelam que o acusado pela morte da jovem gamer já teria intenção de cometer o crime. As informações são de César Cavalcante no Brasil Urgente

A troca de mensagens entre Guilherme Alves Costa, de 18 anos, e Ingrid, sugere uma forma abusiva de relação. Em um trecho, ele diz: "Você deve ser minha". O que vem a seguir são mensagens que revelam o comportamento perturbador do acusado. 

Em outra foto, também anexada ao processo, mostra os dois juntos, como um casal de amigos felizes. Mais tarde, assassino e vítima.  

Em outra mensagem, em que marcam um encontro, Ingrid diz que está com suspeita de covid-19. E relata que vai ver se já saiu o exame. Ele afirma: "Mesmo se você estiver, venha. Apenas vamos tomar as medidas possíveis".  

Essas mensagens foram entregues pelo ex-namorado da gamer à polícia. A jovem enviava prints do que falava com Guilherme ao ex. Os dois tinham interesse em voltar.  

O rapaz estava preocupado com a aproximação dos dois. Ele aconselha: "Se afasta dele e conhece pessoas normais".  

Segundo a polícia, no dia em que convidou Ingrid para a casa dele, onde o crime foi cometido, em Pirituba, em São Paulo, Guilherme foi insistente. Ao ex, a jovem avisou quando chegou à casa de Guilherme. Para a família, ela estaria no trabalho. Horas depois, quando o crime já tinha ocorrido, o pai de Ingrid tentou contato e recebeu a pior notícia. O crime aconteceu no último dia 22 de fevereiro. 

Guilherme está no presídio, mas a defesa luta para que o jovem seja internado, pois seria esquizofrênico. Os advogados afirmam que há indícios dessa condição. 

“Pela conversa na penitenciária, ele relatava que ele ouvia muitas vozes, agia influenciado por vozes”, explicou o advogado de Guilherme, João Marcos Alves Batista. 

Para a promotoria, o acusado tem algum desvio de personalidade. Ele demonstrou frieza e riu em um vídeo após matar Ingrid a facadas. Mas o Ministério Público acredita que ele seja imputável, ou seja, que pode responder pelo crime. O exame de insanidade mental já foi autorizado pela Justiça, que tornou Guilherme réu pelo homicídio duplamente qualificado - por motivo fútil e meio cruel. A decisão também autorizou ainda a quebra do sigilo dos dados do celular do rapaz.  

A extração dos dados é feita pelos peritos do instituto de criminalística. O juiz Adilson Paukoski Simoni afirma, na decisão, que a medida é para apurar se o jovem agiu sozinho ou se há mais pessoas que podem ser vítimas em potencial. 

A decisão do juiz demonstra preocupação com o fato de Guilherme dizer em um livro - um apanhado de 50 páginas com vários erros de ortografia - que haveria um plano de massacre de inocentes. A investigação quer saber se alguém o influenciava. Nas anotações, ele afirma que fazia parte de um grupo através de um canal de bate-papo anônimo na deep web, a internet profunda, difícil de ser rastreada - e celeiro de diversos crimes. 

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