Mello indica que vai negar liminar contra medidas restritivas e critica Bolsonaro

Ministro do STF diz que o presidente não exerce a liderança que deveria exercer na pandemia

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

Ministro é o relator da ação no Supremo Tribunal Federal Reprodução
Ministro é o relator da ação no Supremo Tribunal Federal
Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, indicou nesta terça-feira (22) que deve negar a liminar do governo federal contra medidas restritivas nos estados. Relator da ação, o ministro falou com exclusividade à Rádio Bandeirantes, no Jornal Gente, e confirmou que a decisão sai ainda hoje.

Mello criticou a postura de Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia, ressaltando que a questão já foi definida pelo Supremo no ano passado. Para ele, o momento é de união e entendimento, e falta ao presidente da República exercer a liderança que cabe a ele.

“No início do ano passado, nós repetimos o que está na Constituição. Cabe à União, Estados e municípios cuidar da saúde. Precisamos buscar, para o bem de todos, o entendimento, que não está havendo. O presidente da República, por exemplo, adentrou no campo do negacionismo. Não coordena, não exerce a liderança que deveria exercer. Que atuem os governadores, que atuem os prefeitos”, declarou.

O presidente da República adentrou no campo do negacionismo

O ministro diz ver com boa expectativa a reunião entre os Poderes para discutir um pacto nacional para combater a pandemia. A ideia foi defendida pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, em entrevista ao Canal Livre, da Band, no último domingo.

“Se tivermos na reunião homens de boa vontade será profícua, será realmente uma reunião de entendimento, uma reunião de tomadas mais efetivas de providência. Isso é o que esperamos e precisamos ser otimistas quanto à atuação dos poderes, a atuação de quem dirige os poderes, em que pese o negacionismo do chefe do executivo nacional”, afirmou.

Além dos Três Poderes, a reunião prevista para esta quarta-feira (24) deve contar também com a participação do Procurador-Geral da República e de alguns governadores.

Veja a entrevista com o ministro Mello na íntegra:

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