Mansões, carros de luxo, lanchas e 230 milhões de reais. Tudo isso apreendido em mais uma megaoperação da Polícia Federal com autoridades do Paraguai contra o braço financeiro do crime organizado. Confira:
Policiais paraguaios tiveram que arrombar portas para entrar na casa do brasileiro Jefferson Garcia Morinígo, um dos chefes de uma quadrilha, que foi surpreendido enquanto dormia.
Os agentes também derrubaram portas para entrar em outra luxuosa mansão atrás de um acusado de lavagem de dinheiro. Foi preciso cruzar todo o imóvel até chegar a um quarto, onde estava Júlio César Servian, dono de várias casas de câmbio.
O imóvel chama a atenção: tem academia particular, banheira de hidromassagem, piscina, sauna e carros luxuosos.
Também em na cidade de Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil, os agentes tiveram que correr para prender outro criminoso.
No Brasil foram oito ordens de prisão e 42 de busca e apreensão em cinco Estados. Em Londrina, no Paraná, os agentes federais encontraram mais de meio milhão de reais. Houve também a apreensão de mais de vinte milhões de reais em veículos potentes.
Além dos carrões, a quadrilha tinha também mansões e barcos. Jefferson chegou a contratar a dupla sertaneja Bruno e Marrone para tocar em seu aniversário em 2017. O cachê dos artistas é de mais de duzentos mil reais por show.
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Foram sequestrados 230 milhões de reais em bens da quadrilha nos dois lados da fronteira. A lavagem de dinheiro do tráfico de cocaína era feita por meio de construtoras, administradoras de imóveis e lojas de veículos de luxo.
Os líderes da organização criminosa não se envolviam pessoalmente com o transporte da cocaína nem com o recebimento direto do dinheiro do tráfico. Eles contavam com a ajuda de paraguaios que tinham empresas de fachada e em nome de laranjas, e contratavam casas de câmbio em São Paulo e de Curitiba para movimentar o dinheiro.
Em 15 dias, a Polícia Federal fez três operações de combate à lavagem dinheiro que permitiram a justiça bloquear quase um bilhão de reais do crime organizado.
“Quando se investiga o tráfico de drogas, hoje não se vislumbra mais o viés da apreensão da droga. Fizemos isso durante décadas. Não traz resultado. O que traz resultado é descapitalização patrimonial. Prisão de lideranças. E cooperação internacional”, pontua Elvis Secco, delegado da PF.