Mauro Vieira irá em audiência no Senado para debater crise entre Brasil e Israel

Ida do chanceler à Comissão de Relações Exteriores foi um convite do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Audiência deve acontecer na primeira semana de março

Da Redação

Mauro Vieira irá em audiência no Senado para debater crise entre Brasil e Israel
Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O chanceler brasileiro Mauro Vieira irá comparecer no mês de março em uma audiência da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado para debater a crise diplomática entre Brasil e Israel

A ida de Mauro Vieira à Comissão do Senado foi um convite do senador e presidente do colegiado Renan Calheiros (MDB-AL). O anúncio foi feito pelo político, que é aliado do governo, nas redes sociais nesta terça-feira (20). 

“Convidei o chanceler Mauro Vieira para ir à CRE do Senado debater a crise com Israel, responder indagações e dúvidas. O ministro, como sempre, se prontificou a ir já na primeira semana de março, em virtude das agendas do G20 e outros compromissos internacionais”, escreveu Renan Calheiros. 

Entenda a polêmica entre Brasil e Israel

Na manhã do último domingo (18), Lula disse em coletiva de imprensa que o que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas sim um genocídio e fez referências às ações de Hitler contra os judeus. 

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula. 

O governo de Israel declarou nesta segunda-feira (19) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “persona non grata” no país até pedir desculpas e faça uma retratação sobre a declaração

“Não perdoaremos e não esqueceremos - em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao presidente Lula que ele é uma persona non grata em Israel até que peça desculpas e se retrate por suas palavras”, declarou o ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz. 

A Band apurou que a estratégia do governo brasileiro foi definida durante a reunião. Celso Amorim informou para Lula que Israel está exigindo um pedido de desculpas formal de forma pública. Porém, ficou acertado que isso não deve acontecer. 

O Planalto classificou como "exagerada" a reação de Israel, que transformou Lula em "persona non grata" no país. Seria uma maneira, segundo assessores, de Benjamin Netanyahu diminuir a pressão interna e ganhar apoio. Por isso, a versão do governo é de que a fala de Lula se dirigia ao governo israelense e não ao povo judeu.

Lula também decidiu chamar de volta o embaixador brasileiro em Israel para consultas. Na linguagem diplomática, isso deixa clara a insatisfação com Tel Aviv. Segundo o Planalto, Frederico Meyer foi humilhado ao receber uma reprimenda pública fora do protocolo.

O representante brasileiro foi chamado ao Museu do Holocausto para dar explicações sobre a declaração do presidente, e não ao gabinete do chanceler, como é praxe. Para que, de acordo com Israel Katz, "testemunhasse o que os nazistas fizeram aos judeus". O Itamaraty classificou nos bastidores o ato como "um show desnecessário".

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