Mauro Cid deve prestar novo depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (28) sobre o inquérito que apura a contratação do hacker Walter Delgatti Netto para invadir as urnas eletrônicas. O ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro é investigado também sobre as tentativas de ataques ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Os investigadores querem informações sobre a reunião que Walter Delgatti Neto teve com o ex-presidente, quando, segundo o hacker, Bolsonaro pediu a invasão a urnas eletrônicas com a promessa de indulto. O tenente-coronel Mauro Cid teria testemunhado o encontro, em agosto do ano passado.
Depois de segunda, Cid volta à sede da PF, na quinta-feira (31), onde ele e outras sete pessoas serão ouvidas. Entre os intimados, estão o pai dele, o general Lourena Cid, Bolsonaro e Michelle, além do advogado da família, Frederick Wassef. O objetivo é evitar que eles combinem versões para dificultar as investigações sobre as joias.
A PF quer saber quem autorizou a venda de joias e relógios recebidos como presentes por Bolsonaro e como foi a operação de recompra e retorno de alguns itens ao Brasil. O ex-presidente também deve ser questionado sobre a possibilidade de um golpe de Estado em discussão num grupo de WhatsApp. No telefone do empresário Meyer Nigri, foram identificadas conversas em que Bolsonaro faz ataques ao Supremo e pede que mensagens contra as urnas eletrônicas sejam repassadas “ao máximo”.