Uma fragata da Marinha alemã enviada para proteger navios comerciais no Mar Vermelho quase derrubou um drone dos Estados Unidos por acidente, segundo a imprensa alemã noticiou nesta quarta-feira (28/02).
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse que a fragata Hesse, que chegou à região no fim de semana como parte de uma missão da União Europeia (UE) para ajudar a proteger o transporte marítimo internacional de ataques da mílica iemenita houthi, apoiada pelo Irã, abriu fogo depois que os esforços para identificar o drone desconhecido "não tiveram sucesso".
"O caso foi resolvido quando se descobriu que não era um drone hostil, o que só ficou claro a posteriori", disse o porta-voz do ministério da Defesa alemão, Michael Stempfle.
O drone só não foi atingido porque dois mísseis disparados erraram o alvo e caíram no mar devido a "um defeito técnico", segundo a revista alemã Der Spiegel, que também afirmou que o veículo aéreo não tripulado (VANT) em questão era um drone de reconhecimento Reaper dos EUA.
O que o drone dos EUA estava fazendo no local?
Sem citar fontes, a Der Spiegel especulou que a presença do drone na área pode estar relacionada com alguma "missão antiterrorista americana" sem ligação com a operação no Mar Vermelho. Segundo a revista, as autoridades militares veem o incidente de fogo amigo como um sinal de que a coordenação entre os aliados envolvidos em diversas ações na região ao redor do Iêmen "precisa ser melhorada".
O jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung acrescentou que é "do conhecimento geral que, na região, são utilizados drones de combate americanos que nada têm a ver com a operação no Mar Vermelho".
Com uma tripulação de 240 soldados e marinheiros alemães, a fragata Hessen teve mais sorte na quarta-feira, quando abateu com sucesso dois drones lançados pelos houthis num intervalo de 15 minutos. O navio chegou ao Mar Vermelho no fim de semana, depois que o Parlamento alemão (Bundestag) aprovou sua participação na missão.
Na quarta, Pistorius salientou que se mostrou correta, afinal, a decisão de enviar a fragata no início de fevereiro para que ela pudesse iniciar suas operações assim que o mandato fosse decidido.
A missão Áspide da UE – termo em grego que significa escudo – foi aprovada pelos ministros do Exterior do bloco europeu na segunda-feira. A operação prevê o envio de navios de guerra e sistemas aéreos de alerta ao Mar Vermelho, Golfo de Aden e territórios marítimos próximos.
Os navios têm ordens para disparar artilharia somente no caso de os houthis atacarem primeiro, além de poderem realizar disparos preventivos. O comando de operações da missão Áspide está localizado na cidade grega de Larissa.
ip/cn (AFP, DPA)