A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, quer desenvolver políticas públicas de prevenção a desastres naturais no Brasil. Em entrevista ao BandNews TV, a ambientalista detalhou os planos futuros das questões ambientais e urbanísticas, principalmente após as chuvas torrenciais que devastaram cidades do litoral de São Paulo.
“Em função da crise ambiental global pelo aquecimento do planeta, nós temos uma mudança na regularidade do sistema de chuvas em várias regiões do nosso país. Tem um problema de natureza social porque as pessoas mais pobres são aquelas que ficam nas áreas mais vulneráveis das encostas, das áreas de preservação permanente ao longo dos córregos e rios que são áreas muito sensíveis ou a enchentes ou a deslizamentos. Então, temos dois componentes que são vetores dessas tragédias”, pontuou a ministra.
Segundo ela, o mau uso do recurso, a falta do investimento correto ou da atenção correta é por “falta de visão política, que há muitos anos a ciência ou ambientalistas vem dizendo que isso iria acontecer”.
“Os investimentos certos precisarão ser feitos porque nós temos a emergência quando ela tá acontecendo que o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) notifica os estados e municípios, mas o evento climático extremo já está em andamento e nós poderemos ter ações preventivas que devem ser feitas ao longo dos anos a partir de agora”, disse ela.
Governo
O governo federal já liberou R$ 7 milhões em ajuda humanitária para as cidades atingidas pelas chuvas torrenciais no litoral de São Paulo entre os dias 18 e 19 de novembro. Marina Silva, durante a entrevista, lembra que os governos estão trabalhando de forma conjunta.
Porém, segundo ela, uma “emergência antecipada” fará ter recursos permanentes para as intervenções duradouras de remoção da população de encostas, de recuperação de áreas degradadas e desmatadas. “Isso facilita ainda mais os deslizamentos e ter uma ação ao longo do tempo para que esses efeitos sejam minorados é o que a gente chama de adaptação”.
Para Marina, a realidade das chuvas que aconteceram em dois dias o que é para chover em dois meses, não tem solo que suporte a quantidade de água, e é preciso ter uma agenda permanente e contínua para adaptação a essa realidade.
“Uma coisa que a gente precisa se adaptar é o Código de Postura das cidades, tem planejamento urbano que foi feito com base em uma realidade que mudou. Então, vai ter que mudar o plano diretor”, afirmou a ministra do Meio Ambiente. Na opinião dela, a população tem que entender que o risco climático fará parte da vida.