Satisfeito com a provável desistência de Geraldo Alckmin (PSB) de concorrer ao governo de São Paulo, para compor chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida à Presidência da República, o ex-governador do Estado, Márcio França (PSB), disse que houve “uma sintonia” entre o petista e o ex-tucano.
França intermediou as primeiras reuniões entre os políticos e foi um dos principais articuladores da aliança.
“Oficialmente você só faz isso depois do júri das convenções (partidárias), mas houve uma sintonia entre os dois. Eles não se conheciam tanto, passaram a se conhecer e a se admirar e enxergar qualidades que ambos talvez não enxergassem. Eu que conhecia os dois sabia que ia dar um samba essa conversa”, disse em entrevista ao BandNews TV.
França disse que fará tudo para ampliar a aliança.
“Acabou que deu certo. Foi bom para o Brasil. A gente está em um momento muito excepcional, onde todas as forças possíveis que a gente puder juntar para evitar alguma coisa pior, nós vamos tentar juntar. Essa sem dúvida foi a grande notícia desta eleição.
Márcio França tem sido pressionado a desistir de sua pré-candidatura ao governo de São Paulo, justamente devido à aliança entre PSB e PT em nível nacional. O PT deve concorrer ao cargo com o ex-ministro Fernando Haddad.
O PSOL, por exemplo, já desistiu da disputa. O principal nome da legenda para o cargo, Guilherme Boulos, anunciou pré-candidatura a deputado federal, para que possa apoiar Haddad e pleitear apoio para a disputa da prefeitura da capital paulista em 2024.
Filiação
Alckmin se filiou nessa quarta-feira (23) ao PSB após passar mais de 30 anos no PSDB, com a perspectiva de ser candidato a vice do ex-presidente Lula e afirmou que o petista representa a "esperança".
"Temos que ter os olhos abertos para enxergar, a humildade para entender que ele [Lula] é hoje o que melhor reflete e interpreta o sentimento de esperança do povo brasileiro. Aliás, ele representa a própria democracia porque ele é fruto da democracia", disse o ex-tucano.
Fundador do PSDB e ex-governador de São Paulo por quatro mandatos, Alckmin deixou o partido em dezembro de 2021, depois de 33 anos, e filiou-se ao PSB, na perspectiva de ser vice de Lula na disputa presidencial.
PT e PSB ainda vão formalizar o acordo e a chapa Lula-Alckmin deve ser lançada entre o fim de abril e o início de maio.