A Via Mobilidade afirmou que vai intensificar o treinamento de maquinistas e acelerar o plano emergencial de melhorias nas linhas 8 e 9 do transporte sobre trilhos. A resposta foi apresentada após reunião ocorrida nesta quarta-feira (16) com representantes da Secretaria de Transportes Metropolitanos.
O governo de São Paulo marcou o encontro para discutir as dezenas de falhas ocorridas nas linhas desde o começo da concessão, no final de janeiro. A Rádio Bandeirantes apurou que, desde o começo da concessão, houve pelo menos uma falha a cada 2 dias.
A Linha 9 teve a circulação de trens paralisada duas vezes, o que deixou milhares de passageiros sem opção, dependendo apenas do sistema PAESE.
A falha mais grave ocorreu na semana passada, quando um trem da Linha 8 bateu na plataforma da estação Júlio Prestes durante o horário de pico da manhã.
A Via Mobilidade afirma que o maquinista não acionou o freio no momento correto, o que fez o trem entrar na plataforma ainda com velocidade acima do indicado. O homem era um funcionário novo e acabou demitido.
Vídeo: câmera de segurança flagra acidente com trem em SP
O sindicato que reúne os trabalhadores das linhas afirma que as condições de trabalho pioraram com a concessão: a jornada de trabalho foi ampliada de 8 para 12 horas diárias e o tempo de treinamento encurtado pela metade.
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Trem bate em plataforma na estação Júlio Prestes em SP 1/3
As mudanças no esquema de trabalho foram confirmadas à reportagem pela Via Mobilidade. Após a reunião de ontem, a concessionária divulgou que vai intensificar o treinamento dos maquinistas e melhorar a sinalização das vias, com indicadores de velocidade e proximidade das estações.
Além disso, medidas emergenciais serão aceleradas, como a avaliação de rede aérea e outros diagnósticos técnicos, levantamento para reduzir o risco de furto de cabos.
O governo de São Paulo notificou a Via Mobilidade sobre o descumprimento de procedimentos operacionais e da interrupção da prestação do serviço e deu prazo de 15 dias para apresentação de defesa, sob o risco de aplicação de multa de R$ 4,3 milhões.