Malala diz que está "profundamente preocupada com as mulheres afegãs"

Presidente do Afeganistão deixou o país neste domingo após cerco do grupo fundamentalista Talibã

da Redação

A ativista paquistanesa Malala Yousafzai Divulgação
A ativista paquistanesa Malala Yousafzai
Divulgação

A ativista paquistanesa Malala Yousafzai disse neste domingo (15) que está "profundamente preocupada com as mulheres afegãs". A declaração aconteceu logo após o presidente do Afeganistão deixar o país, pressionado pelo grupo fundamentalista Talibã

“Assistimos em completo choque enquanto o Talibã assume o controle do Afeganistão. Estou profundamente preocupada com mulheres, minorias e defensores dos direitos humanos. Poderes globais, regionais e locais devem pedir um cessar-fogo imediato, fornecer ajuda humanitária urgente e proteger refugiados e civis”, escreveu Malala em uma rede social.  

Malala se tornou ativista pelos direitos das minorias no Oriente Médio após ser baleada na cabeça por talibãs quando estava a caminho da escola, em 2013. Por seu trabalho, ganhou o prêmio Nobel da Paz no ano seguinte, aos 17 anos de idade.

O Talibã é conhecido por defender uma série de violações dos direitos humanos baseado em uma interpretação radical da "sharia", a lei islâmica. 

O governo talibã que vigorou entre 1996 e 2001 não permitia, por exemplo, que meninas estudassem e nem que mulheres saíssem de casa desacompanhadas.

Presidente deixa o Afeganistão

O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, deixou o país neste domingo (15) após o grupo fundamentalista iniciar um cerco sobre a capital, Cabul. A informação foi confirmada pelo Ministério do Interior. 

Veículos de imprensa internacionais noticiaram que o mandatário embarcou para o Tajiquistão, que faz fronteira com o sul do Afeganistão, mas o destino não foi divulgado oficialmente “por motivos de segurança”. 

O Talibã entrou em ofensiva militar para pressionar pela rendição do governo e já havia assumido mais cedo grandes cidades, como Jalalabad e Mazar-i-Sharif. Em comunicado, o grupo garantiu que autorizaria passagem segura a quem quisesse deixar o país.

Os extremistas conseguiram avançar bastante seu domínio pelo território a partir de meados deste ano, quando os Estados Unidos começaram a retirar tropas norte-americanas que ocupavam a região - promessa de campanha do presidente recém-empossado Joe Biden.

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