Mãe, jornalista e ex-deputada opera mísseis contra blindados russos na Ucrânia

Tetiana Chornovol está na linha de frente do conflito contra as forças russas que tentam tomar Kiev

Da redação

Tetiana Chornovol é uma das personagens que acabou ganhando os holofotes da mídia internacional em meio à invasão russa que desencadeou um conflito na Ucrânia desde o último dia 24 de fevereiro. Ucraniana mãe de dois filhos, a jornalista e ex-deputada atua na linha de frente de combate e é a tenente responsável por coordenar e operar um dos sistemas antitanque na capital Kiev.

Chornovol, de 42 anos, se notabilizou na Ucrânia primeiro pelas suas reportagens investigativas sobre a corrupção no país. Em 2014, se tornou ativista contra o vigente governo pró-Rússia, na época da anexação da Crimeia por Moscou. Na ocasião, ela perdeu o marido, morto em combate com separatistas pró-Rússia no leste.

A notoriedade nos protestos pró-Europa da Praça Maidan, no coração da capital, a levou para uma cadeira no Parlamento ucraniano, mas ela resolveu fazer mais ao notar o aumento da ameaça russa para o seu país e se alistou no exército ucraniano.

Em meio à recente invasão ordenada por Vladimir Putin, a tenente Chornovol já havia sido treinada pelo exército ucraniano a operar o sistema de mísseis guiados antitanques Stugna-P - capaz de localizar e atingir blindados fixos ou móveis e helicópteros a qualquer hora do dia.

A função é vital para impedir que a coluna de tanques, que está nos arredores de Kiev, se aproxime ainda mais da capital ucraniana para conquistá-la.

“Eu ligo e vejo os tanques na tela. Eles entraram no alcance do meu míssil. Eu mirei e destruí o primeiro tanque. Interessantemente, o foguete voou por algum tempo. Talvez os tanques tenham registrado o lançamento do foguete e conseguiram retornar, mas eu acertei bem nos tanques de combustível e a carga de munições foi detonada. O tanque voou para fora da pista e agora está em alguma valeta perto da floresta. Depois disso, nós recebemos fogo, mas não por muito tempo. Os veículos militares estavam retornando e escapando. Bastou um tanque destruído para parar o ataque, para a coluna dar a volta e fugir”, relatou em entrevista à Reuters.

Para tentar despistar as tropas inimigas e montar emboscadas para destruir tanques e blinddados, a tenente carrega os equipamentos do sistema em seu carro particular, elétrico e vermelho. Em entrevista ao The New York Times, ela brincou ao se referir ao veículo como uma “máquina de matar ecologicamente limpa”.

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