A mãe do bombeiro que atropelou e matou um ciclista no Rio de Janeiro disse nesta quinta-feira (14) que se fosse juíza, não soltaria o próprio filho. As informações são do Jornal da Band.
A afirmação é de Marlene Passos, mãe do Capitão do Corpo de Bombeiros João Maurício Correa Passos, que está preso por atropelar e matar o ciclista Cláudio Leite Da Silva, de 57 anos, na última segunda-feira (11), no Recreio dos Bandeirantes. Em entrevista ao repórter Carlos Briggs, da Rádio Bandnews FM Rio, ela criticou a decisão judicial que, seis dias antes deste crime, soltou o militar que tinha sido preso por agredir e tentar matar a própria mulher.
“Não devia ter posto ele em liberdade. Se ela [a juíza] tivesse mantido ele preso, o ciclista não estaria morto. Ele que responda”, desabafou Marlene. Ouça no vídeo abaixo:
Cláudio foi atingido enquanto pedalava na orla. João Maurício estava completamente embriagado. Horas antes do crime, imagens de câmeras de segurança mostram o bombeiro em uma loja de conveniência de um posto de combustíveis, comprando e consumindo bebida alcoólica. Em outras imagens, ele aparece bêbado, dançando e segurando a mesma garrafa de uísque encontrada depois do atropelamento, embaixo do banco do carona de seu carro.
“Eu queria pedir perdão à família do ciclista, mas eu não tenho coragem”, completou a mãe do bombeiro, com a voz embargada.
Também durante entrevista, o pai de João Maurício revelou que o filho é alcoólatra e que já foi impedido de dirigir por estar embriagado. isso aconteceu em outubro de 2019, quando ele bateu o carro. No acidente, sua esposa ficou paraplégica depois de passar 50 dias internada.
O pai relatou também que já foi ameaçado de morte pelo bombeiro.
O Corpo de Bombeiros ainda não se pronunciou sobre o inquérito aberto na corregedoria contra o agente.
João Maurício foi indiciado por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, fuga do local e embriaguez ao volante. A defesa de João informou que ele é dependente de álcool há algum tempo e que se encontra em estado psicológico extremamente abalado, envergonhado e desonrado pelo ocorrido.