Moradores do Morro da Oficina, no bairro Alto da Serra, área mais atingida pela chuva que causou estragos em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, usaram enxadas, baldes e outros objetos pessoais, nesta quarta-feira (16), para buscar parentes e amigos que ficaram soterrados após os deslizamentos de terra.
Uma delas é Gizelia Carminate Oliveira, mãe que buscava pela filha Maria Eduarda, conhecida como Duda, de 17 anos, nos escombros.
“Minha filha está soterrada. A filhinha dele de 1 aninho está soterrada. A mãe da minha afilhada também. Cadê os bombeiros? Eles iam esperar o dia clarear [para retomar o trabalho]. Estou toda machucada, fui lá em cima. Só os moradores estão aqui. Sumiu tudo! É revoltante, é nossa família que está aí”, lamentou, em entrevista ao Bora Brasil.
Os alagamentos e deslizamentos causados pelas chuvas da última terça (15) em Petrópolis deixaram mais de 100 mortos. Mais de 400 pessoas estão desabrigadas. A cidade segue em alerta máximo e funciona em Estágio Operacional de Crise.
“É um cenário de guerra, de carro pendurado em poste. São mais de 400 bombeiros trabalhando e homens da Defesa Civil. Já estamos pensando em um processo de reconstrução, linha de crédito, reparo e moradias populares”, afirmou o governador Cláudio Castro.
“O governo do estado vai resolver e não vai se repetir o que aconteceu em 2011. Se o estado tiver que colocar dinheiro, vai fazer. Eu não saio daqui enquanto não tiver organizado o trabalho. O estado tem capacidade de investimento para fazer investimentos necessários e não depender de ninguém, ainda que toda ajuda seja preciosa e válida”, completou.
Em um período de seis horas, o volume de chuva chegou a 259 milímetros. O índice está acima da média esperada para o mês, que seria de 238 mm.