O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste sábado (9), em entrevista ao canal indiano Firstpost que caso o presidente da Rússia, Vladimir Putin, vier ao Brasil para a cúpula do G20, em 2024, ele não será preso.
Lula está na Índia para participar da cúpula do G20, onde o Brasil assumiu a presidência simbólica do bloco neste domingo (10), porém o país só assume, de forma oficial, em 1º de dezembro com mandato até novembro de 2024.
Ao ser questionado sobre um convite a Vladimir Putin para a próxima cúpula do G20, que será sediada no Rio de Janeiro, Lula disse que irá chamá-lo, já que a próxima reunião do Brics será realizada na Rússia.
“Eu acredito que o Putin pode ir tranquilamente ao Brasil. O que posso dizer é que se eu for o presidente do Brasil e ele for ao Brasil, não há porque ele ser preso. Ninguém vai desrespeitar o Brasil porque tentar prender ele no Brasil é desrespeitar o Brasil”, afirmou Lula.
“Ele será convidado porque no próximo ano tem a cúpula do Brics na Rússia, nós teremos a cúpula sendo sediada na Rússia. Antes do G20, no Brasil, nós teremos o Brics. Todos irão à cúpula do Brics e eu espero que todos eles venham à cúpula do G20 no Brasil. Eles vão ver o clima pacífico do Brasil”, declarou.
Vladimir Putin é alvo, desde março, de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra. Isso significa que, se o presidente russo visitar qualquer país integrante do TPI, ele deve ser preso. Este é o caso da África do Sul, que segue a jurisdição da Corte.
G20 condena guerra na Ucrânia
Os líderes do G20 concordaram neste sábado (08) com uma declaração conjunta depois de resolver as diferenças finais sobre as referências à invasão da Ucrânia pela Rússia.
O texto evita a condenação da Rússia pela guerra na Ucrânia, mas apela a todos os países que se abstenham de ataques à integridade territorial ou à independência política de um Estado.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, anfitrião do encontro, anunciou que a declaração foi adotada no primeiro dia da cúpula, que vai até este domingo.
O consenso foi uma surpresa, pois o grupo está profundamente dividido sobre a guerra na Ucrânia, com as nações ocidentais tendo pressionado por uma forte condenação da Rússia, enquanto outros países exigiram um foco em questões econômicas mais amplas.
"Apelamos a todos os Estados para que defendam os princípios do direito internacional, incluindo integridade territorial e soberania, o direito humanitário internacional e o sistema multilateral que salvaguarda a paz e a estabilidade", diz a declaração
"Saudamos todas as iniciativas relevantes e construtivas que apoiam uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia.
A declaração ainda afirma que "o uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível".