Lula diz que Putin não será preso se vier ao Brasil para cúpula do G20 em 2024

Declaração do petista foi feita durante entrevista para um canal indiano; Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra Putin por crimes de guerra

Da Redação, com Deutsche Welle

Lula ao lado de Vladimir Putin em Moscou, em maio de 2010
REUTERS/Ria Novosti/Pool/Alexei Druzhinin/File Photo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste sábado (9), em entrevista ao canal indiano Firstpost que caso o presidente da Rússia, Vladimir Putin, vier ao Brasil para a cúpula do G20, em 2024, ele não será preso. 

Lula está na Índia para participar da cúpula do G20, onde o Brasil assumiu a presidência simbólica do bloco neste domingo (10), porém o país só assume, de forma oficial, em 1º de dezembro com mandato até novembro de 2024. 

Ao ser questionado sobre um convite a Vladimir Putin para a próxima cúpula do G20, que será sediada no Rio de Janeiro, Lula disse que irá chamá-lo, já que a próxima reunião do Brics será realizada na Rússia. 

“Eu acredito que o Putin pode ir tranquilamente ao Brasil. O que posso dizer é que se eu for o presidente do Brasil e ele for ao Brasil, não há porque ele ser preso. Ninguém vai desrespeitar o Brasil porque tentar prender ele no Brasil é desrespeitar o Brasil”, afirmou Lula. 

“Ele será convidado porque no próximo ano tem a cúpula do Brics na Rússia, nós teremos a cúpula sendo sediada na Rússia. Antes do G20, no Brasil, nós teremos o Brics. Todos irão à cúpula do Brics e eu espero que todos eles venham à cúpula do G20 no Brasil. Eles vão ver o clima pacífico do Brasil”, declarou. 

Vladimir Putin é alvo, desde março, de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra. Isso significa que, se o presidente russo visitar qualquer país integrante do TPI, ele deve ser preso. Este é o caso da África do Sul, que segue a jurisdição da Corte.

G20 condena guerra na Ucrânia

Os líderes do G20 concordaram neste sábado (08) com uma declaração conjunta depois de resolver as diferenças finais sobre as referências à invasão da Ucrânia pela Rússia.

O texto evita a condenação da Rússia pela guerra na Ucrânia, mas apela a todos os países que se abstenham de ataques à integridade territorial ou à independência política de um Estado.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, anfitrião do encontro, anunciou que a declaração foi adotada no primeiro dia da cúpula, que vai até este domingo.

O consenso foi uma surpresa, pois o grupo está profundamente dividido sobre a guerra na Ucrânia, com as nações ocidentais tendo pressionado por uma forte condenação da Rússia, enquanto outros países exigiram um foco em questões econômicas mais amplas.

"Apelamos a todos os Estados para que defendam os princípios do direito internacional, incluindo integridade territorial e soberania, o direito humanitário internacional e o sistema multilateral que salvaguarda a paz e a estabilidade", diz a declaração

"Saudamos todas as iniciativas relevantes e construtivas que apoiam uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia.

A declaração ainda afirma que "o uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível".

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.