Lula vai se reunir com Lira para reforçar articulação por PEC da Transição

Presidente eleito negocia com presidente da Câmara agilidade para garantir Bolsa Família de R$ 600 e aumento real no salário mínimo

Da Redação

Lula em evento em São Paulo
REUTERS/Carla Carniel

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir na próxima terça-feira (8) com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), para discutir as prioridades do novo governo no Legislativo. 

A informação foi divulgada pelo líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE). Segundo o deputado, a agenda de Lula com Lira é importante “para viabilizar a votação de projetos com promessas de campanha e facilitar novas composições políticas”.

Nesta sexta-feira (4), o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, nomeou o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), para o Cargo Especial de Transição Governamental. Com isso, a transição do governo Jair Bolsonaro (PL) para o governo Lula começou oficialmente. 

A nomeação de Alckmin foi publicada na edição desta sexta do "Diário Oficial da União (DOU).

Articulação

A equipe de transição de Lula negocia com o atual presidente da Câmara a votação da chamada PEC da Transição. A votação da PEC (proposta de emenda à Constituição) até 15 de dezembro é considerada fundamental para o primeiro ano da gestão petista e o andamento da medida no Legislativo depende de Lira. 

Está em negociação o apoio petista para a eleição de presidente da Câmara para o ano que vem, uma lista de projetos que podem ser do interesse de Lira em troca de uma tramitação rápida da PEC da transição, e mudanças nas emendas de relator, chamadas no Governo Jair Bolsonaro (PL) de Orçamento Secreto. 

Aliados de Lula tiveram um encontro com Lira na manhã de quinta. Na ocasião, ele disse, segundo relatos, que não aprovará nenhuma pauta bomba e buscará auxiliar o PT nas propostas elencadas como prioritárias.

Lira se alinhou ao bolsonarismo para assumir a presidência da Câmara no ano passado. Ele abraçou pautas de interesse de Bolsonaro e vestiu a camisa da campanha à reeleição do atual mandatário.

Auxílio

O interesse da equipe de Lula é costurar acordos imediatos para que o governo eleito consiga aprovar uma PEC com o objetivo de garantir o dinheiro para as promessas de campanha do petista, como a manutenção do benefício mínimo de R$ 600 para o Auxílio Brasil —que deve voltar a se chamar Bolsa Família— e o aumento real (acima da inflação) para o salário mínimo.

Uma PEC, para ser aprovada, precisa passar por duas votações tanto na Câmara como no Senado, com o apoio de ao menos três quintos dos parlamentares.


 

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