Lula vai pedir à ONU para sediar Conferência do Clima de 2025 na Amazônia

Declaração do petista foi feita em evento com governadores, onde foi lida a 'Carta da Amazônia'

Da redação

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou do primeiro evento internacional nesta quarta-feira (16). No Egito para discursar na Conferência do Clima das Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas, o petista recebeu uma carta dos governadores sobre a Amazônia e fez, em sequência, um discurso onde informou que vai pedir ao secretário-geral da ONU, António Guterres , que a COP de 2025 seja realizada na Amazônia. 

“Tem dois estados aptos a receber uma conferência internacional, que é o Amazonas e o Pará. Acho muito importante que seja na Amazônia, que as pessoas que defendem a floresta e o clima conheçam de perto o que é a região a partir de uma realidade concreta”, disse Lula ao confirmar que vai se reunir com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

“Se a Amazônia tem a importância que todo mundo diz que tem, que os cientistas dizem que tem, nós não temos que medir nenhum esforço para que a gente consiga convencer as pessoas de que uma árvore em pé, uma árvore viva serve muito mais que uma árvore derrubada sem nenhum critério ou necessidade”, acrescenta o petista.

"Eu estou aqui para dizer para todos vocês que o Brasil está de volta ao mundo. O Brasil está saindo do casulo que foi submetdo nos últimos quatro anos. O Brasil não nasceu para ser um país isolado. O Brasil é muito grande, tem uma cultura extraordinária, megadiverso”, disse Lula. O petista ainda diz que o país é um resultado de miscigenação e cita os povos originários, europeus e negros, que permitiu o nascimento da sociedade brasileira. 

“O Brasil não pode ficar isolado como ficamos nos últimos quatro anos, que não viajava para nenhum país, era como se nós estivéssemos sofrendo um bloqueio que não era econômico ou político, era, simplesmente, contra a antidemocracia, negacionismo. Era um bloqueio contra um governo que não fazia nenhum motivo, razão ou esforço para conversar com o mundo”, pontuou o presidente eleito.

Ministério para os povos originários 

Durante a campanha eleitoral, Lula já havia comentado sobre criar um ministério voltado aos povos originários. No evento com os governadores brasileiros para a leitura da ‘Carta da Amazônia’, o presidente eleito voltou a tocar no assunto.

“Vamos fazer uma luta muito forte contra o desmatamento ilegal. É importante as pessoas saberem que nós vamos cuidar dos povos indígenas e, por isso, nós vamos criar o Ministérios dos Povos Originários para que a gente possa fazer com que eles não sejam tratados como bandidos. Queremos dar cidadania para as pessoas”, informou o presidente eleito. 

Diálogo

Enquanto discursada, Lula, em vários momentos, falou de diálogo com prefeitos e governadores e disse que será permanente. Ele reforça que os políticos são adversários durante o período de campanha eleitoral, mas não são inimigos apenas adversários. “Cada um tem que governar e o presidente da República tem a obrigação de conversar com todos em igualdade de condições, sem perguntar qual partido pertence ou qual time torce”, reforça. Ele ainda diz que prefeitos, governadores e presidente não governam para “nós mesmos”, mas para a sociedade brasileira. 

“Nós vamos ter que conversar muito e trabalhar junto para que o Brasil seja motivo de orgulho para o mundo e não motivo de desespero, como é hoje”, finalizou. 

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