Ao citar a guerra na Ucrânia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o Conselho de Segurança da ONU e sugeriu a criação do que chamou de “G20 da paz”. Segundo o petista, os membros permanentes do colegiado internacional, o que incluiu a Rússia, não pedem licença quando iniciam um conflito.
A declaração de Lula ocorreu nesta quarta-feira (26), em cerimônia no Palácio de Moncloa, em Madri, sede do governo da Espanha. Quando discursava sobre conflitos mundiais, o petista estava ao lado do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
“Se os membros que têm a responsabilidade de dirigir a paz mundial não pedem licença, por que os outros têm que obedecer? [...]. Então, eu acho que está na hora de a gente começar a mudar as coisas. Está na hora de a gente começar a criar um tal de G20 da paz, que deveria ser a ONU”, disse Lula.
“Mudança na ONU”
Ainda no discurso, Lula criticou o fato de que os países-membros permanentes no Conselho de Segurança da ONU são os principais fabricantes e vendedores de armas do mundo, além de que são os que mais participam de guerras. O líder brasileiro também questionou por que o Brasil e Espanha não tem uma cadeira efetiva no colegiado.
Eu fico me perguntando se não cabe nós, outros países que não somos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, fazermos uma mudança na ONU. Colocar mais países. Por que a Espanha não está? Por que o Brasil não está?
Assinatura de atos e almoço com o rei
Nesta manhã, Lula e Sánchez assinaram três atos na sede do governo espanhol, dois memorandos e uma carta de intenções voltados à educação, trabalho e ciência e tecnologia. Ministros de Estado brasileiros participaram da cerimônia.
A agenda disponibilizada pelo Palácio do Planalto ainda destaca um almoço de Lula com o rei da Espanha, Felipe VI. Ao final do dia, pelo horário de Madri, Lula embarca para o Brasil.