O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou nesta sexta-feira (11) o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em discurso, o petista afirmou que o papel do programa é colocar o Estado a serviço dos sonhos dos brasileiros.
Para Lula, toda grande mudança histórica nasce dos sonhos de um povo e, no caso dos brasileiros, são de uma vida melhor. “Todos esses sonhos carregam uma grande energia, que precisa encontrar, no poder público, a plena disposição política e administrativa de renovar a economia e as oportunidades de geração de riqueza no Brasil”, pontuou.
“É exatamente esse o papel do Novo Programa de Aceleração do Crescimento: colocar toda a capacidade do Estado a serviço dos sonhos da população brasileira. Unir os mais diferentes setores de nossa sociedade e de nossa economia para liberar o extraordinário potencial que foi por tantas vezes desprezado ao longo de nossa história.
O petista disse que o PAC é um compromisso coletivo, que nasceu de um diálogo amplo para que os projetos escolhidos reflitam os anseios de cada região do país. A elaboração contou com a participação, além de governadores e prefeitos, do setor privado.
“O novo PAC movimentará, entre investimentos públicos e privados, valores da ordem de R$ 1,7 trilhão. Obras como rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, linhas de transmissão, fontes de geração de energia de baixo carbono e mobilidade urbana, entre outras. Obras que gerarão empregos durante sua execução. Movimentarão nossa indústria”, reforçou.
Em discurso, Lula pontuou que tem certeza que, com o Novo PAC, o país voltará a crescer. “O crescimento do Brasil voltará a ser correto e acelerado. Mas precisará ir além disso. Terá que ser sustentável, o planeta não aguenta mais a pressão ambiental. Não há como pensar em qualquer forma de crescimento econômico, em qualquer forma de geração de riqueza, que não seja de forma verde e sustentável”, completou.
PAC
O Novo PAC prevê a retomada de obras públicas paralisadas e a aceleração das que estão em andamento, com investimentos públicos federais de R$ 240 bilhões para os próximos quatro anos em áreas como transportes, energia, infraestrutura urbana, inclusão digital, infraestrutura social inclusiva e água para todos.
Outras áreas como defesa, educação, ciência e tecnologia também devem estar incluídas no novo programa, que tem entre seus principais focos, obras de infraestrutura que promovam a sustentabilidade.
O governo estima investir R$ 60 bilhões do Orçamento anual com o programa, triplicando o investimento público federal em infraestrutura nos próximos anos.
Entretanto a gestão depende da aprovação do novo arcabouço fiscal, que tem impacto direto no montante do gasto federal. Não existe previsão de quando a votação ocorrerá. Em julho, o texto-base do marco fiscal sofreu modificações no Senado, o que faz com que ele tenha de passar por nova avaliação na Câmara.
"É claro que a gente torce para que isso aconteça. Mas triplicar o valor que a gente dispõe atualmente não será tão fácil assim", avalia Carlos Eduardo Lima Jorge, presidente da Comissão de Infraestrutura da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em entrevista publicada pela Agência Brasil.