O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou, nesta quinta-feira (16), o atentado contra o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, baleado no abdômen após uma reunião do governo. Para o brasileiro, o ataque ao político europeu é “inadmissível” e reforça que “o ódio não pode prevalecer”.
“É inadmissível o que aconteceu ontem na Eslováquia com o primeiro-ministro Robert Fico, baleado quando saía de uma reunião de governo na cidade de Handlová”, escreveu o petista.
“Situações como essas, de intolerância e violência, merecem nosso repúdio e nos afetam a todos, pois atentam contra nossos valores de defesa da democracia e da paz. O ódio não pode prevalecer”, acrescentou.
Lula prestou solidariedade à família do primeiro-ministro Robert Fico e ao povo da Eslováquia. Ele também desejou pronta recuperação ao político europeu.
Premiê está estável, mas estado de saúde é grave
O estado de saúde do primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, foi estabilizado, porém, o quadro clínico ainda é considerado “muito grave”, segundo uma autoridade do hospital onde o político foi submetido a uma cirurgia.
Robert Fico, de 59 anos, foi baleado cinco vezes no abdômen na cidade central de Handlova, nesta quarta-feira (15). Seguranças carregaram o político para um carro e foi levado às pressas para um hospital local. Horas depois, ele foi transferido de helicóptero para outra unidade de saúde.
“Durante a noite, os médicos conseguiram estabilizar a condição do paciente”, disse o vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa do país, Robert Kalinak, em entrevista coletiva. “Infelizmente, a condição ainda é muito grave porque os ferimentos são complexos”, acrescentou.
O premiê foi submetido a uma cirurgia de cinco horas, segundo a diretora do hospital onde está internado, Miriam Lapunikova. Ela declarou que o quadro de Fico é "realmente grave" e disse que o primeiro-ministro permanecerá na UTI.
A tentativa de assassinato contra Robert Fico aconteceu após uma reunião do governo eslovaco em Handlová, próximo da capital, Bratislava. O atentado provocou uma grande comoção internacional.
Para a presidente da Eslováquia, Zuzana Caputová, o atentado contra Robert Fico é “um ataque à democracia. A violência é absolutamente inaceitável. O discurso de ódio e a retórica cheia de ódio, que testemunhamos em toda a sociedade, levam a atos de ódio”.
Suspeito indiciado por tentativa de homicídio
Segundo a imprensa local e a agência de notícias Reuters, o homem de 71 anos, preso logo após o atentado, foi indiciado por tentativa de homicídio. Ele teria agido sozinho.
Quem é Robert Fico
Robert Fico, um político veterano, voltou ao poder na Eslováquia após as eleições do ano passado, alimentado em parte pelas promessas de suspender a ajuda militar à Ucrânia, pelas críticas às sanções dirigidas à Rússia e pelas campanhas contra os direitos LGBTQIA+.
Ele é uma figura conhecida na política eslovaca. Considerado populista, ele está no terceiro mandato como premiê. O primeiro foi entre 2006 e 2010, e o segundo entre 2012 e 2018, quando renunciou após a morte de um jornalista local que investigava denúncias de corrupção.
O atual mandato começou no fim do ano passado. Ao longo dos anos, Robert Fico mudou de posição política segundo a opinião pública. Na guerra contra a Ucrânia, ele adotou posição pró-Rússia.