O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, no Aeroporto de Brasília, os brasileiros e familiares repatriados da Faixa de Gaza, que chegaram ao Brasil na noite desta segunda-feira (13). Durante a recepção, o petista criticou a violência no conflito entre Israel e Hamas.
Lula voltou a chamar o ato do grupo extremista Hamas, do dia 7 de outubro, de terrorismo, mas pontuou que Israel comete terrorismo.
"Aos 78 anos, eu já vi muita brutalidade, muita violência, muita irracionalidade, mas eu nunca vi uma violência tão bruta, tão desumana contra inocentes. Porque se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o Estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças, ao não levar em conta que as mulheres não estão em guerra, ao não levar em conta que eles não estão matando soldados", declarou Lula.
O petista lembrou que mais de cinco mil crianças morreram no conflito no Oriente Médio e outras 1,5 mil estão desaparecidas. “"Certamente (as crianças desaparecidas) estão no meio dos escombros e depois a destruição de tudo que as pessoas levam décadas para construir uma casa, uma rua, um prédio, uma escola, um hospital e depois uma simples bomba detona aquilo sem ninguém assumir responsabilidade", acrescentou Lula.
Durante a cerimônia de assinatura da Lei de Cotas, também na segunda-feira, Lula fez críticas ao Estado de Israel. A Confederação Israelita do Brasil considerou a declaração do presidente como “equivocada e perigosa”.
“A fala do presidente Lula equiparando as ações de Israel ao grupo terrorista Hamas são equivocadas e perigosas. Desde o começo dessa trágica guerra, provocada pelo mais terrível massacre contra judeus desde o Holocausto, Israel vem fazendo esforços visíveis e comprovados para poupar civis palestinos, pedindo que eles se desloquem para áreas mais seguras, criando corredores humanitários, avisando a população da iminência de ataques”, diz trecho da nota.
“O Hamas, por outro lado, se esconde cínica e covardemente atrás das mulheres e crianças de Gaza. A morte desses civis palestinos é uma arma importante da estratégia do Hamas, uma estratégia que o próprio grupo terrorista reconhece que pratica. Além de equivocadas e injustas, falas como essa do presidente da República são também perigosas (...). A comunidade judaica brasileira espera equilíbrio das nossas autoridades e uma atuação serena que não importe ao Brasil o terrível conflito no Oriente Médio”, completou.