O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realiza, nesta sexta-feira (6), a primeira reunião com os 37 ministros do novo governo. Em publicação no Twitter, o presidente afirma que o encontro, marcado às 09h30, só tem horário para começar.
Em vídeo divulgado nesta quinta-feira (5), o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, deu detalhes de alguns temas que serão abordados na reunião.
Segundo ele, Lula fez questão de convocar a reunião como um acolhimento de ministros e ministras.
"É um grande passo de início de governo."
"Tem uma fala e apresentação por conta da Casa Civil, das ações de coordenação de governo, das primeiras ações de coordenação da Casa Civil. De coordenar os ministérios que têm obras, fazer um grande levantamento das obras do país, como que está a situação das obras no país, aquelas que podem ser retomadas rapidamente, aquelas que podem ser concluídas. Fazermos uma avaliação, inclusive, da composição das ações do governo", explicou Padilha.
Evitar divergências
Outro ponto que também deve ser abordado na reunião ministerial são as divergências entre integrantes do novo governo. O objetivo é dar um freio de arrumação para evitar discordâncias públicas entre os ministros.
Lula afirmou que em um trabalho definido como "complicado" de reconstrução do país, não pode "perder tempo" arrumando a casa após declarações polêmicas que poderiam ser evitadas.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, já teve de desmentir o ministro da Previdência, após Carlos Lupi dizer que pontos da reforma das aposentadorias poderiam ser revistos.
Lula vai tratar do tema na primeira reunião ministerial e vai determinar que em caso de desacerto interno, ele dará a palavra final. O caso do adiamento dos R$ 150 de acréscimo ao Bolsa Família por criança de até seis anos é um exemplo.
Conab
Outro tema que Lula terá de arbitrar em breve é quem vai ficar com a Conab. A Agricultura quer que a Companhia Nacional de Abastecimento permaneça no ministério, mas o Desenvolvimento Agrário está disposto a entrar na briga.
A Conab ajuda a cuidar da política de armazenamento, distribuição e produção de alimentos no país. No Congresso, a frente parlamentar da agricultura avisou que não aceita o que chamou de "desmonte" do ministério.
Os 37 ministros de Lula
- Advocacia-Geral da União: Jorge Messias
- Agricultura: Carlos Fávaro, senador (PSD) e agrônomo
- Casa Civil da Presidência da República: Rui Costa
- Cidades: Jáder Filho, presidente do MDB do Pará e empresário
- Ciência, Tecnologia e Inovação: Luciana Santos
- Comunicações: Juscelino Filho, deputado federal (União) e médico
- Comunicação Social: Paulo Pimenta, deputado federal (PT) e jornalista
- Controladoria-Geral da União: Vinícius Carvalho
- Cultura: Margareth Menezes
- Defesa: José Múcio
- Desenvolvimento Agrário: Paulo Teixeira, deputado (PT) e advogado
- Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços e Inovação: Geraldo Alckmin
- Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome: Wellington Dias
- Direitos Humanos e Cidadania: Silvio Almeida
- Economia: Fernando Haddad
- Educação: Camilo Santana
- Esporte: Ana Moser, ex-jogadora de vôlei
- Gestão e Inovação nos Serviços Públicos: Esther Dweck
- Igualdade Racial: Anielle Franco
- Integração Nacional: Waldez Goés (PDT), governador do Amapá
- Justiça e Segurança Pública: Flávio Dino
- Meio Ambiente: Marina Silva, deputada federal (Rede), ambientalista e historiadora
- Minas e Energia: Alexandre Silveira, senador (PSD) e advogado
- Mulheres: Aparecida Gonçalves
- Pesca e Aquicultura: André de Paula, advogado
- Planejamento: Simone Tebet, senadora (MDB) e advogada
- Portos e Aeroportos: Márcio França
- Povos Indígenas e Originários: Sonia Guajajara, deputada federal (Psol) e educadora
- Previdência: Carlos Lupi, presidente nacional do PDT e professor
- Relações Exteriores: Mauro Vieira
- Saúde: Nísia Trindade
- Secretaria-Geral da Presidência da República: Márcio Macedo
- Secretaria de Relações Institucionais: Alexandre Padilha
- Trabalho e Emprego: Luiz Marinho
- Transportes: Renan Filho, senador (MDB) e economista
- Turismo: Daniela do Waguinho, deputada federal (União) e pedagoga