O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em seu discurso no ato de lembrança dos atos do dia do 8 de janeiro de 2023, realizado nesta quarta-feira (8), que “todos” os envolvidos nos ataques que visavam evitar a sua posse como presidente serão punidos pelos crimes cometidos.
Todos pagarão pelos crimes que cometeram. Todos, inclusive aqueles que planejaram o assassinato do presidente, do vice-presidente da República e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral
A fala de Lula lembrou o suposto plano envolvendo quatro militares para assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes no fim de 2022. O plano indica que o presidente seria morto com veneno ou remédio.
Em uma fala de improviso, o presidente ainda lembrou os diversos incidentes que lidou nos últimos tempos, como a pane do seu avião durante um voo no México e o acidente doméstico que o deixou internado em São Paulo.
Ele também comentou neste momento sobre o suposto plano para assassinar ele, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes.
“Eu também escapei junto do Xandão [Alexandre de Moraes] e do companheiro Alckmin de um atentado de um bando de irresponsáveis. Eu diria, um bando de aloprados, que acharam que não precisava deixar a presidência depois do resultado eleitoral e seria fácil tomar o poder”, comentou Lula.
No discurso oficial, o presidente fez diversas referências ao filme “Eu Ainda Estou Aqui”, que deu o Globo de Ouro à atriz Fernanda Torres.
“Se hoje podemos contar histórias, e ver as histórias livremente contadas no cinema, no teatro, na música e na literatura, é porque a democracia venceu. Caso contrário, a arte teria que ser submetida aos censores, que nos proibiram de ver, ouvir e ler tudo aquilo que julgassem subversivo. Hoje estamos aqui para garantir que ninguém seja morto ou desaparecido em razão da causa que defende. Estamos aqui em nome daquelas e daqueles que não podem mais estar. Estamos aqui em nome de todas as Marias, Clarices e Eunices.”, disse.
Entre as autoridades do evento estivem o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB-SP), o ministro a Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o ministros do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes.
Depois do evento, as autoridades se reuniram para um “abraço simbólico” pela democracia na Praça dos Três Poderes ao lado de manifestantes.
Autoridades ausentes
Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não participaram do evento, enviando os seus vices nas Casas.
Pacheco está em viagem no exterior e enviou representante. Lira não se encontra em Brasília no momento. Durante o evento, foi dito que ele lida com questões familiares.
Esta é a segunda vez que Lira não participa de um evento do 8 de janeiro. Ele já havia faltado na cerimônia que marcou um ano dos ataques.
O presidente do STF, Luis Roberto Barroso, também não esteve no evento, sendo representado pelo ministro Edson Fachin, que leu um texto escrito por Barroso.
O STF fará um evento próprio para a lembrança do 8 de janeiro.
Os comandantes das Forças Armadas e o presidente do Superior Tribunal Militar estiveram na cerimônia.
Obras restauradas
Mais cedo, Lula participou da entrega das obras de arte restauradas após sofrerem danos no ataque à Praça dos Três Poderes. Entre elas estão o quadro “As Mulatas” do pintor Di Cavalcanti e o relógio do século VII destruído nos ataques. Ao todo, são mais de 20 obras restauradas.
Prêmio Eunice Paiva
No evento, Lula também assinou o decreto que cria o prêmio Eunice Paiva em defesa à democracia. A iniciativa concederá a distinção a pessoas naturais, brasileiras ou estrangeiras, que tenham colaborado de maneira notável para a preservação, restauração ou consolidação da democracia no Brasil.