Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso se encontraram na casa do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim no último dia 12 de maio. O registro foi divulgado no perfil das redes sociais do petista nesta sexta-feira (21).
De acordo com a postagem, os ex-presidentes "tiveram uma longa conversa sobre o Brasil, sobre nossa democracia, e o descaso do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia”.
Para a colunista da BandNews FM Mônica Bergamo, trata-se de um “encontro histórico”, já que Lula e FHC, direta ou indiretamente, estiveram em lados opostos nas últimas sete eleições presidenciais. E a reunião pode sinalizar uma união contra a candidatura de Jair Bolsonaro em 2022 (ouça a análise completa acima).
Os dois já ensaiavam gestos de aproximação. A jornalista relembra que o tucano deu os primeiros passos, dizendo que votaria em Lula em um hipotético segundo turno contra Bolsonaro, diferente de 2018, quando declarou ter anulado seu voto na disputa entre Haddad e Bolsonaro. Lula foi na mesma direção e retribuiu a declaração usando tom semelhante contra o atual presidente.
Apesar de outros encontros oficiais anteriores, este foi o primeiro considerado de caráter político e público entre os antigos rivais. A última vez em que estiveram juntos foi em 2017, quando Fernando Henrique visitou Lula após a morte de sua mulher, Marisa Letícia.
O encontro foi em São Paulo, na residência de Jobim, que foi ministro da Justiça no governo de FHC e da Defesa nos governos de Lula e Dilma Rousseff.
Após críticas, FHC esclarece que apoiará candidato do PSDB para 2022
A divulgação do encontro com Lula gerou grande repercussão e várias criticas para Fernando Henrique Cardoso, pela interpretação de que estaria apoiando o rival. Ele explicou que apoiará quem o PSDB indicar para concorrer ao Palácio do Planalto.
O ex-presidente deixou claro que vai se opor a Bolsonaro mesmo se o candidato apoiado por seu partido não for ao segundo turno. O apoio ao petista seria caso fosse ele o oponente do atual presidente no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
“Reafirmo, para evitar más interpretações: PSDB deve lançar candidato e o apoiarei; se não o levarmos ao segundo turno, neste caso não apoiarei o atual mandante, mas quem a ele se oponha, mesmo o Lula”, disse pelo Twitter.