"Vocês sabem o que está acontecendo na política mundial e na política brasileira. Vocês sabem a quantidade de mentira, a quantidade de ódio, sabem a tentativa de golpe, que agora está ficando verdadeiro, ninguém mais pode desmentir. Na verdade, eles tentaram dar um golpe para não deixar que a gente assumisse a Presidência da República", disse Lula no Palácio do Planalto, durante um evento, na quinta-feira, para anunciar o Programa Periferia Viva, que promove a urbanização de favelas.
Essa foi a primeira vez que Lula comentou o caso após os indiciamentos pela Polícia Federal, no último dia 21, e depois de Moraes retirar de sigilo do relatório produzido pela corporação na terça-feira, 26.
No documento, a PF conclui que as provas do inquérito "demonstram de forma inequívoca" que o ex-presidente "planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de Estado e da abolição do Estado Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade".
O relatório com mais de 800 páginas da PF foi produzido com informações colhidas nas Operações Tempus Veritatis e Contragolpe.
O caso agora será analisado pela Procuradoria-Geral da República, que pode fazer ou não uma denúncia contra os indiciados ou ainda solicitar mais diligências.