O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta segunda-feira (8) da reunião de cúpula do Mercosul, em Assunção, capital do Paraguai. Em seu discurso, Lula disse que "não há atalhos para a democracia", ao mencionar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro no Brasil e a tentativa de golpe na Bolívia.
"O Mercosul permaneceu mais uma vez unidade em defesa da plena defesa do Estado de Direito. A reação unânime ao 26 de junho na Bolívia e ao 8 de janeiro no Brasil demonstram que não há atalho na democracia em nossa região. Mas é preciso permanecer vigilantes. Falsos democratas tentam solapar as instituições e colocá-las à serviço de interesses reacionários".
Outro tema abordado pelo presidente brasileiro foi sobre as guerras na Europa e Oriente Médio. Lula afirmou que o mundo precisa de paz.
“Precisamos de um mundo de paz. Essa é a razão do nosso engajamento em prol de uma solução para o conflito entre Rússia e Ucrânia que efetivamente envolva as duas partes. O apoio do Brasil à África do Sul em sua ação na Corte Internacional de Justiça visa pôr fim à matança indiscriminada de mulheres e crianças em Gaza. Encerro com o registro da vitória das forças progressistas nas recentes eleições no Reino Unido e na França. Ambas são fundamentais para a defesa da democracia e da justiça social contra as ameaças do extremismo”, afirmou.
Crise climática e Bolívia no Mercosul
“A crise climática nos aproxima muito rapidamente de um cenário catastrófico. Há poucas semanas, o Rio Grande do Sul sofreu enormes perdas humanas e materiais com inundações sem precedentes, que também impactaram o Uruguai. Além de agradecer a solidariedade de todos os sócios do Mercosul, quero fazer um chamado por maior engajamento e ambição climática. É muito oportuna a adesão do Mercosul, nesta Cúpula, ao Memorando de Entendimento sobre cooperação em gestão integral de risco de desastres”.
Por fim, Lula falou do ingresso da Bolívia no bloco. “A adesão plena da Bolívia tem enorme valor estratégico e faz do nosso bloco ator incontornável no contexto da transição energética. Somos ricos em recursos minerais e possuímos abundantes fontes de energia limpa e barata. Temos tudo para nos tornar um elo importante na cadeia de semicondutores, baterias e painéis solares”, finalizou.