O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu que o governo da Venezuela respeite o resultado da próxima eleição, que será realizada no próximo domingo (28). Ele declarou estar “assustado” com a ameaça do atual presidente Nicolás Maduro.
O ditador venezuelano afirmou na semana passada que o país pode enfrentar um 'banho de sangue' e uma 'guerra civil' caso ele não seja reeleito na eleição presidencial.
"Eu disse a Maduro que a única chance da Venezuela retornar à normalidade é ter um processo eleitoral amplamente respeitado", disse Lula em entrevista à agência de notícias Reuters.
"Fiquei assustado com as declarações de Maduro de que a Venezuela poderia enfrentar derramamento de sangue se ele perdesse", declarou Lula. "Maduro precisa aprender que quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora", completou.
Durante a entrevista, Lula reforçou que o Brasil enviará membros do Tribunal Superior Eleitoral para observar a eleição, assim como o assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim.
'Banho de sangue" e “guerra civil”
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o país pode enfrentar um 'banho de sangue' e uma 'guerra civil' caso ele não seja reeleito nas eleições marcadas para 28 de julho. A declaração foi feita durante um comício eleitoral na última quarta-feira (17).
"Se não quiserem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, garantamos o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo", afirmou Nicolás Maduro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que as relações com países como Venezuela, Nicarágua e Argentina são “de Estado para Estado” e que os cidadãos elegem “os presidentes que eles quiserem”.
"Por que eu vou querer brigar com a Venezuela? Por que eu vou querer com Nicarágua? Por que eu vou querer com a Argentina? Eles que elejam os presidentes que eles quiserem. O que me interessa é a relação de Estado para Estado, o que o Brasil ganha e o que o Brasil perde nesta relação", disse Lula.
Na avaliação do petista, “uma coisa que o Brasil tem que ninguém tem: não tem nenhum país do mundo sem contencioso com ninguém como o Brasil”. “Todo mundo gosta do Brasil e o Brasil tem que gostar de todo mundo”, afirmou o presidente.