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Em Portugal, Lula fala sobre comércio exterior, extremismo político e clima

Presidente do Brasil fez declaração à imprensa após reunião com o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa. Países devem anunciar 13 acordos bilaterais

Da Redação

Em declaração à imprensa após reunião com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente Lula disse que a visita é essencial para marcar o relançamento do diálogo bilateral entre os países. O líder brasileiro afirmou que eles conversaram sobre ampliação das relações econômicas, comerciais, culturais e de cooperação educacional. 

“Nós estamos com o comércio na casa de quase R$ 6 bi, os investimentos e as operações conjuntas das nossas empresas são cada vez mais encorajadoras. Eu penso que Portugal e Brasil têm um potencial extraordinário para dobrar nosso fluxo de comércio exterior. Precisamos ser mais ousados e precisamos que tanto nossos empresários quanto ministros conversem mais, projetem perspectiva de futuro no financiamento de nossas indústrias e na produção entre produtos entre os dois países”, declarou Lula. 

O petista afirmou que o papel do presidente da República é abrir portas, mas quem tem competência de fechar negócios são os empresários. “Por isso, temos que juntá-los em todas as nossas reuniões para que nossos negócios possam crescer, a gente tenha perspectiva de gerar emprego e crescimento econômico e melhorar a vida do nosso povo”, disse. 

Ao lembrar que Portugal tem uma forte comunidade brasileira, Lula disse que em nenhum outro momento da história houve tantos brasileiros no país europeu quanto neste período. “É preciso que Brasil e Portugal entendam o seguinte, se é verdade que Portugal descobriu o Brasil em 1500, é verdade que nesse século XXI os brasileiros descobriram Portugal". 

Extremismo

“Nós somos duas democracias que, neste momento, eu diria que estão ameaçadas pelo fenômeno do extremismo, da violência política e do discurso de ódio alimentado por notícias falsas, elas destilam a desconfiança nas instituições e na política, é impressionante o que está acontecendo no mundo”, declarou Lula. 

A fala de Lula é no contexto em que o partido de direita Chega, liderado por apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, convocou manifestações contra a presença do pestista em Portugal. 

“Eu nasci no fim da Segunda Guerra Mundial e eu não vi a política criar o clima de ódio desses últimos cinco ou seis anos em que a indústria do fake news, que esse mundo digital permite, com algoritmos se mexa com a cabeça do povo, se mude voto e que destrói quase 150 anos de democracia que foi construída a duras penas aqui na União Europeia e no mundo, sobretudo no Brasil que nós temos democracia há 30 anos, o mais longo período democrático do Brasil, e estamos vivendo uma situação do renascimento do extremismo”, desabafou. 

“No Brasil, nós estamos trabalhando muito, inclusive em um projeto de lei que vai entrar no Congresso Nacional na próxima semana para a gente criar uma regulamentação para evitar a disseminação da mentira através da internet”, acrescentou.

Clima 

Lula afirmou que a sintonia entre Brasil e Portugal se estende aos grandes desafios impostos pela mudança climática. Segundo ele, o Brasil será implacável no combate aos crimes ambientais. 

“Vamos cumprir nosso compromisso de zerar o desmatamento até 2030 e seremos rigorosos na repressão ao garimpo ilegal e os que atentam contra os povos indígenas. Vamos compartilhar nossa rica diversidade com cientistas e pesquisadores de todo o mundo para estimular a produção de fármacos. E estamos reivindicando a realização da COP (Conferência do Clima da ONU) 30 no Brasil, no estado do Pará”, destacou.

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