O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajou, neste domingo (9), ao Maranhão para acompanhar a situação da população atingida pelas chuvas no estado. Uma das regiões mais afetadas é banhada pelo Rio Martim, cuja cheia afetou milhares de pessoas em vários municípios.
“Estou a caminho do Maranhão, onde passaremos pela região do Mearim, fortemente atingida pelas chuvas e enchentes. O governo federal está trabalhando ao lado de prefeituras e do governo estadual para atender e auxiliar os atingidos”, escreveu o presidente em uma rede social.
Entre os membros da comitiva presidencial, está o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), ex-governador do Maranhão.
O governador do estado, Carlos Brandão (PSB), confirmou a chegada de Lula e destacou o trabalho conjunto entre os governos estadual, federal e municipais. O gestor informou que mais de R$ 12 milhões foram aprovados pelo Planalto para a recuperação das cidades maranhenses afetadas.
"Já estamos em Bacabal com o presidente Lula e sua comitiva, além de diversas forças políticas, para acompanhar de perto a situação de municípios afetados pelas chuvas. Momento importante para o Maranhão, que redobra suas atenções às famílias que precisam de apoio nesse momento", disse Brandão.
Emergência em 64 cidades e 6 mortos
O governo do Maranhão já decretou a situação de emergência de 64 municípios. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, cerca de 35.900 famílias foram afetadas pela elevação das águas. Ao menos 7,7 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas.
Desde março, seis mortes foram registradas por causa das fortes chuvas. Em todo o estado, nove rios, além de riachos e açudes, transbordaram. Comunidades inteiras estão isoladas.
Cidade pode ser engolida
Em algumas cidades, a situação é ainda mais grave, como Buriticupu, em estado de calamidade pública. O município, com cerca de 72 mil habitantes, é assolado por voçorocas, fenômeno geológico que cria crateras gigantes. Segundo as autoridades maranhenses, algumas fendas chegam a medir 600 metros de extensão e 70 de profundidade.
Outro caso de gravidade é o de Alto Alegre do Pindaré. O município está debaixo d'água e ficou isolado após as chuvas. A rodovia estadual que dá acesso à cidade, a MA-119, está alagada. O Rio Pindaré, que corta a cidade, subiu mais de sete metros, com as chuvas. Ao todo, 450 famílias estão desabrigadas no município. Para se locomover pelas ruas de Alto Alegre do Pindaré, os moradores têm usado canoas e barcos improvisados.
Chuvas neste domingo de Páscoa
De acordo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o volume acumulado de chuva pode ultrapassar 100 mm, em diversas áreas do Maranhão, neste feriado de Páscoa. Volume parecido de chuvas deve cair nos estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Ceará, e pode causar os chamados eventos extremos.