Lula celebra libertação de Julian Assange: ‘Vitória da liberdade de imprensa’

Fundador do Wikileaks, Julian Assange fez acordo com a Justiça dos Estados Unidos e deixou a prisão no Reino Unido após cinco anos

Da Redação com DW

Lula celebra libertação de Julian Assange: ‘Vitória da liberdade de imprensa’
Lula e Julian Assange
Reprodução/Agência Brasil/REUTERS/Peter Nicholls

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou, nesta terça-feira (25), a libertação do fundador do Wikileaks, Julian Assange, após ficar preso por cinco anos no Reino Unido. A soltura do jornalista foi feita após acordo com a Justiça dos Estados Unidos. 

“O mundo está um pouco melhor e menos injusto hoje. Julian Assange está livre depois de 1.901 dias preso. Sua libertação e retorno para casa, ainda que tardiamente, representam uma vitória democrática e da luta pela liberdade de imprensa”, escreveu o presidente Lula na plataforma X, antigo Twitter. 

Lula é defensor de Julian Assange e já havia feito declarações pedindo a soltura do jornalista. Em maio de 2023, o presidente defendeu o ativista durante entrevista coletiva em Londres, na Inglaterra. 

"É uma vergonha que um jornalista que denunciou as falcatruas de um Estado contra os outros esteja preso, condenado a morrer na cadeia, e a gente não fazer nada para libertar”, declarou Lula na época. 

Em maio deste ano, o brasileiro demonstrou novamente apoio a Assange. Pelo X, antigo Twitter, Lula citou que o australiano deveria ter “ganhado o Prêmio Pulitzer", mas está preso desde 2019. 

“Julian Assange, o jornalista que deveria ter ganhado o Prêmio Pulitzer ao revelar segredos dos poderosos, ao invés disso, está preso há 5 anos na Inglaterra, condenado ao silêncio de toda a imprensa que deveria estar defendendo a sua liberdade como parte da luta pela liberdade de expressão. Espero que a perseguição contra Assange termine e ele volte a ter a liberdade que merece o mais rápido possível”, diz a publicação. 

Acordo com Justiça americana

A justiça dos EUA acusou Assange de até 18 crimes relacionados a violações da Lei de Espionagem devido a um dos maiores vazamentos de informações confidenciais da história do país. 

Segundo o acordo firmado com o Departamento de Justiça, Assange vai se declarar culpado de uma única acusação: a de conspirar para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais. O acordo, que ainda precisa ser aprovado por um juiz, prevê que Assange seja condenado a 62 meses de prisão, o equivalente ao tempo que já cumpriu na prisão de alta segurança de Belmarsh, no Reino Unido.

Assange comparecerá na quarta-feira, às 9h (hora local), a um tribunal nas Ilhas Marianas, um território dos EUA no Oceano Pacífico, para finalizar o acordo que permitirá o seu retorno à Austrália. A audiência ocorrerá nas Ilhas Marianas devido à proximidade com a Austrália e à oposição de Assange em viajar para o território continental dos EUA.

O jornalista estava detido em Belmarsh, no leste da capital britânica, desde 2019, quando foi preso após sete anos exilado dentro da embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de abuso sexual, algo que ele sempre negou. Posteriormente, a Justiça sueca arquivou o caso.

Desde então que os EUA tentavam a extradição de Assange , e o jornalista vinha enfrentando uma batalha legal para impedir a deportação. Organizações de liberdade de imprensa pediam a libertação de Assange há anos, e a esposa dele, Stella, liderava uma campanha em sua defesa envolvendo celebridades e personalidades políticas.

O acordo alcançado não foi totalmente inesperado. O presidente Biden estava sob pressão para encerrar o caso de longa data contra Assange. Em fevereiro, o governo australiano fez um pedido oficial nesse sentido, e Biden afirmou que iria considerar a questão, aumentando as esperanças entre os apoiadores do ativista de que fosse alcançada uma solução em breve.

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