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Lula: Moeda para transações comerciais entre os Brics reduz ‘vulnerabilidade’

Em discurso na Cúpula do Brics, Lula falou sobre o conflito na Ucrânia. 'Todos sofrem as consequências da guerra'

Da Redação

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REUTERS/Ueslei Marcelino/File Photo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (23) que a criação de uma moeda para transações comerciais e de investimento entre os países do Brics reduz as “vulnerabilidades” das nações que compõem o bloco - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 

“A criação de uma moeda para as transações comerciais e de investimento entre os membros do BRICS aumentam nossas opções de pagamento e reduzem nossas vulnerabilidades”, disse o petista em discurso na sessão plenária de abertura da reunião de cúpula dos Brics, que acontece em Joanesburgo, na África do Sul. 

Lula também defendeu a adoção de uma moeda para transações comerciais no primeiro dia das atividades da Cúpula do Brics, em discurso nesta terça-feira (22).

Financiamentos globais

Lula criticou os atuais modelos de financiamento globais, que são prejudiciais aos países em desenvolvimento, e destacou que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) do Brics pode oferecer alternativas de financiamento mais adequadas às necessidades dos países do Sul. 

“É inadmissível que os países em desenvolvimento sejam penalizados com juros até oito vezes mais altos que os cobrados dos países ricos. É preciso aumentar a liquidez, ampliar o financiamento concessional e pôr fim às condicionalidades. O sistema multilateral de comércio deve ser reavivado para voltar a atuar como ferramenta para um comércio justo, previsível, equitativo e não discriminatório. A descarbonização de nossas economias deve vir acompanhada pela geração de empregos dignos, industrialização e infraestrutura verdes e serviços públicos para todos”, disse o presidente. 

Brics e o papel na guerra da Ucrânia 

O presidente defendeu uma atuação “forte” pelo entendimento e cooperação do bloco na guerra da Ucrânia e voltou a criticar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). 

“Todos sofrem as consequências da guerra. As populações mais vulneráveis nos países em desenvolvimento são atingidas desproporcionalmente. A guerra na Ucrânia evidencia as limitações do Conselho de Segurança. Os BRICS devem atuar como uma força pelo entendimento e pela cooperação”, declarou Lula. 

Para Lula, as limitações do Conselho de Segurança atingem as populações mais vulneráveis. “Muitos outros conflitos e crises não recebem atenção devida mesmo causando vasto sofrimento para as suas populações. Haitianos, iemenitas, sírios, líbios, sudaneses e palestinos todos merecem viver em paz”, pontuou. 

Ele reforçou que o Brasil tem uma posição histórica de defesa da soberania e da integridade territorial. Lula também pontuou que o número de países engajados, em contato com Moscou e Kiev, é positivo. 

“Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Tampouco podemos ficar indiferentes às mortes e à destruição que aumentam a cada dia. Estamos prontos a nos juntar a um esforço que possa efetivamente contribuir para um pronto cessar-fogo e uma paz justa e duradoura”, declarou. 

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