O presidente do PSL, Luciano Bivar, admitiu hoje que o União Brasil – futuro partido que unirá a sigla com o DEM – deve sair com uma candidatura própria na eleição presidencial de 2022. Mas disse que, por enquanto, “isso é uma discussão interna”.

Em entrevista nesta terça-feira (11) à Rádio Bandeirantes, Bivar disse acreditar que há espaço para um terceiro nome concorrer com força contra as pré-candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que lideram as pesquisas até aqui. E inclui o futuro União Brasil entre os que podem estar na corrida pelo Palácio do Planalto.

“O que está definido com esses dois candidatos fortes é uma grande bola de espuma e apenas um núcleo, que é apenas uma bolinha de golfe. No momento em que você apresentar uma terceira via, que é um candidato que realmente representa essa serenidade, essa tranquilidade, essa bola de espuma vai se reduzir a esse núcleo. As pesquisas não falam isso”, analisou.

“Se ninguém quiser reger de acordo com o que nós estamos propondo, nós vamos sair com uma candidatura própria. Não tenho dúvida disso.”

De acordo com Bivar, o PSL se posiciona como um partido de direita liberal, defendendo o liberalismo e a igualdade de oportunidades – em contraponto ao que classificou como “igualdade de resultados”, que apontou como uma defesa de partidos de esquerda.

“Eu não concordo com as ideias que idolatram o Estado como sendo o grande provedor de tudo”, afirmou. “Essas coisas não combinam com o nosso pensamento liberal.”

Segundo o presidente do PSL, a criação do União Brasil está bem adiantada, e deve dar novos passos já em fevereiro.

“Creio que não exista mais nenhum problema. Na reunião que nós tivemos, a fusão já foi consubstanciada. Já foi feita toda sua executiva, já foi registrada em cartório, daí foi dado o prazo normal de todos os questionamentos do cartório ao Ministério Público. O Ministério Público teve seu período de dez dias, depois recomendou que a fusão era correta ao TSE. No TSE já foi sorteado o ministro relator, que é o ministro Edson Fachin. E o Edson Fachin está em recesso, mas na primeira semana de fevereiro deve estar colocando isso em pauta para homologação”, listou.

Luciano Bivar ainda defendeu a importância do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para as eleições. Em 2022, o fundo eleitoral vai ser de R$ 4,9 bilhões -- abaixo do teto de R$ 5,7 bilhões estipulado pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

“O fundo de campanha é importante. Se você não tiver fundo de campanha, só haverá dois partidos neste país, que é o do presidente da República e o dos governadores. Eles têm condições de oferecer emprego, oferecer secretaria, oferecer uma série de outras vantagens que vocês conhecem bem, enquanto os deputados que vivem na planície, que não tem nenhum recurso, eles não terão como sobreviver”, avaliou Bivar.

“Fora isso, nós vamos ficar à mercê dos poderes”, acrescentou.