Linhagens inéditas de variante do coronavírus são identificadas em São Paulo

Subvariantes da Ômicron foram detectadas em pacientes de Santo André e São Caetano, no ABC Paulista

Da Redação

Testagem para Covid-19
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC Paulista, de Santo André, confirmou nesta segunda-feira (28) o registro de três casos de Covid-19 derivados da nova subvariante BQ.1, sendo dois deles com as linhagens BQ 1.1.17 e BQ 1.18, que ainda não haviam sido registradas no Brasil. Os casos foram encontrados em pacientes de Santo André e São Caetano do Sul.

As subvariantes foram identificadas após análises realizadas no Laboratório de Análises Clínicas do Centro Universitário, que retomou o processo de sequenciamento genômico após aumento recente do número de casos de Covid na região do Grande ABC.

Ainda não há confirmação de efeito dessas novas linhagens na transmissibilidade ou gravidade da doença. 

Os testes foram feitos com pacientes que haviam apresentado sintomas leves de Covid, sem maiores complicações. 

“Conforme surgem novas mutações sempre temos algumas alterações no número de casos, mas isso não impacta necessariamente na gravidade”, explica Beatriz da Costa Aguiar Alves, pesquisadora e coordenadora do setor de Biologia Molecular do Laboratório de Análises Clínicas da FMABC. 

Os três casos da subvariante BQ.1 foram identificados dentro de um lote com nove amostras no total. A maioria dos testes indicou a variante BA.5 do vírus, que segundo os dados epidemiológicos ainda prevalece na região.

O Centro Universitário também vem registrando nas últimas semanas um aumento no número de testes de Covid e de índice de positividade nas amostras, chegando a alcançar 75% de casos positivos na semana passada.

Sequenciamento Genômico

O Laboratório de Análises Clínicas do Centro Universitário vem fazendo o sequenciamento genômico das variantes de Covid desde setembro de 2021, auxiliando os órgãos de vigilância no monitoramento da doença.

“Esse trabalho nos permite conhecer e acompanhar a evolução das variantes de maneira mais ágil. Um vírus altamente transmissível como este causador da COVID está sempre mudando para se adaptar. Quanto mais amostras tivermos para analisar, mais iremos entender como ele está se desenvolvendo na comunidade, quais medidas de prevenção são mais efetivas e como as vacinas estão agindo” explica Fernando Fonseca, reitor em exercício do Centro Universitário FMABC.

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