Israel lançou na última quinta-feira (5) ataques aéreos contra o Líbano, o que não acontecia desde 2014. Neste sábado (7), Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah no Líbano, prometeu uma resposta "apropriada e proporcional" a qualquer ataque aéreo de Israel contra o país. O Hezbollah respondeu ontem com o lançamento de foguetes contra o Estado hebreu, que revidou com disparos de artilharia, o que coloca uma tensão que não acontece há muito tempo entre Israel e Hezbollah.
“Não queremos ir para a guerra, mas estamos preparados para isso”, disse Nasrallah em discurso na TV. Ele afirmou que a resposta estava ligada aos “ataques de Israel ao sul do Líbano, inéditos em 15 anos", lembrando a guerra de 33 dias entre o movimento xiita e Israel em 2006. "Queremos dizer ao inimigo que qualquer ataque da aviação israelense contra o Líbano será, inevitavelmente, seguido de resposta, mas de forma apropriada e proporcional, uma vez que desejamos proteger o país”, continuou.
De acordo com o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro Michel Gherman, essa é uma crise que tem três elementos fundamentais. “O primeiro é a tentativa do Irã se colocar politicamente frente a uma melhor situação de um acordo nuclear do qual Donald Trump se retirou. O segundo elemento é o resquício da guerra civil na Síria e a recolocação do Hezbollah nessa guerra. E o terceiro elemento, que aconteceu nesses últimos dias, é que a crise interna no Líbano, que, pelo o que parece, levou Hezbollah a se colocar promovendo ataques contra Israel, que respondeu a esses ataques.”
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) classificou como "situação muito perigosa" e pediu um cessar-fogo.
Assista ao vídeo e entenda mais sobre o conflito.