Libertados em acordo de Israel e Hamas deverão ser mulheres e crianças

Por Moises Rabinovici

Gaza
Reuters

Quinta-feira, 10h, vai começar o cessar-fogo em Gaza e a troca de 50 dos 240 reféns do Hamas por 150 prisioneiros palestinos em Israel, em conta-gotas. Antes, quando o cessar-fogo era de cinco dias, 10 reféns seriam libertados em troca de 30 prisioneiros, mas ele foi reduzido para quatro dias. Os libertados de ambos os lados deverão ser mulheres e crianças.

Israel preparou uma lista com 300 nomes de seus candidatos à libertação, porque eles devem permanecer públicos por 24 horas para cumprimento à lei que permite recursos à Suprema Corte de Justiça contra a soltura de qualquer um deles. Os que não forem trocados nesta leva ficarão para a próxima.

Entre os prisioneiros há os que são do Hamas, da Jihad Islâmica, do Fatah e da Frente Popular para a Libertação da Palestina. Alguns portam identidade “azul”, dos que vivem em Jerusalém, e outros “verde”, os de Gaza e da Cisjordânia. Nenhum é cidadão israelense.

O acordo fechado por Israel e Hamas, mediado pelo Catar e sob muita pressão dos EUA, “é imoral e faz o jogo do Hamas”, protestou o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, um dos três membros do partido Otzama Yehudit (Poder Judeu) que votaram contra. Para ele, Israel tinha o dever moral de garantir o retorno de todos os 240 reféns, e não só os iniciais 50 de um processo que pode ser interrompido. Muitos dos que organizaram, planejaram e executaram o massacre de 7 de outubro, fizeram parte dos 1.027 prisioneiros que foram trocados por um soldado israelense, Gilad Shalit, em 2011.

Um bebê poderia valer mais que um soldado. Mas a retaliação de Israel ao massacre de 7 de outubro destruiu o Hamas, parcialmente, e o câmbio por um refém passou a ser cotado em três prisioneiros.

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